CONSTRUÇÃO: O FUTURO É AGORA

No artigo anterior vimos que, segundo o Estudo Oportunidades Estratégicas para Desenvolvimento de Novos Mercados, que entrevistou 900 consumidores que haviam realizado uma grande reforma residencial nos doze meses anteriores, 84,3% alegaram que a obra não havia sido finalizada e de que seria retomada no futuro.

Também vimos que as três principais razões para essa interrupção diziam respeito à falta de dinheiro, queda na renda e incertezas em relação a economia.

Frisando que este estudo foi realizado há um ano, no auge da crise, podemos considerar que com os resultados mais recentes da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE há indicativos de que este futuro finalmente chegou.

O que nos dizem estes números e o que nos disseram os entrevistados sobre as obras que seriam realizadas quando tudo melhorasse?

Segundo o IBGE, o comércio de material de construção apresentou, no comparativo primeiro trimestre de 2015 com primeiro trimestre de 2014, uma queda de 4,4% no volume de vendas. Já no comparativo primeiro trimestre de 2016 com primeiro trimestre de 2015, o comércio apresentou uma queda de 14,7%, demonstrando claramente o agravamento da crise. Neste momento, no comparativo primeiro trimestre de 2017 com primeiro trimestre de 2016, estamos crescendo 4,2%.

Esta retomada das vendas provavelmente está associada também a deterioração estrutural das residências e continuidade de obras paralisadas nos últimos três anos, quando o comércio apresentou estagnação em 2014 e duas quedas sucessivas no volume de vendas nos anos de 2015 e 2016, de 8,4% e 10,7%, respectivamente.

Mas qual a dimensão das obras que seriam retomadas no futuro, segundo o estudo?

Dos entrevistados que alegaram que a obra não foi finalizada e de que seria retomada no futuro, 61% consideraram que havia detalhes e complementos ainda a serem feitos, e 39% nos disseram que havia muito mais coisas ainda a fazer.

Nos próximos artigos vamos aprofundar essas bases separadamente, pois descobrir o que exatamente significam “detalhes”, “complementos” e “muitas coisas” pode nos dar consistentes indicativos sobre a atual recuperação das vendas.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.