SIMPATIA PARA LOJAS DE BAIRRO

Não, não chegamos ao ponto de escrever um artigo de inteligência de mercado recomendando mandingas para superação da crise econômica. Muito pelo contrário!

Dando continuidade ao artigo anterior, Triste Rio de Janeiro, no qual abrimos os resultados da pesquisa Lojas de bairro: o que esperam dos fornecedores e da economia, trazendo uma leitura sobre a situação financeira destes lojistas em seis grandes capitais, neste artigo abordaremos as expectativa em relação aos fornecedores de materiais de construção.

Dividiremos em leituras regionais, começando pelo Sudeste, onde entrevistamos 120 revendedores de materiais de construção com lojas entre 1 a 4 checkouts, em São Paulo e no Rio de Janeiro, e elencamos dez iniciativas dos fornecedores que poderiam melhorar as vendas nas lojas para os clientes, para que eles concordassem ou não com a eficácia de cada uma dessas iniciativas.

Considerando, como já vimos, a difícil situação financeira das lojas de bairro, reafirmamos o conceito de que entender a melhor maneira de atendê-los e o que oferecer, pode ser uma boa iniciativa para minimizar o impacto da recessão econômica, apoiando-os na transição e superação desse momento difícil.

Para traçarmos o perfil do total dessa amostra, 43,3% se autodeclararam vendedores/balconistas; 25% proprietários; 15,8% gerentes de lojas; 10% compradores; 3,3% supervisores/coordenadores de vendas; 1,7% assistentes de vendas e 0,8% gerentes/diretores de vendas.

As cinco iniciativas com maior grau de concordância, considerando concordo totalmente/concordo foram: em quinto lugar, “incentivos financeiros e prêmios para os vendedores/balconistas”, com 71,1%; “vendas a granel/quantidades menores”, com 78%; “propagandas das marcas na mídia”, com 79%; “atendimento por representantes/vendedores bem preparados tecnicamente”, com 90,6%, e, em primeiro lugar, “atendimento por representantes/vendedores simpáticos”, com 94,1%.

Há de se ressaltar que embora a maior parte da amostra seja composta por vendedores/balconistas, ainda assim, incentivos financeiros e prêmios aparecem em quinto lugar e a qualidade do atendimento, com ênfase na simpatia, aparece em primeiro lugar.

É provável que nesse momento os lojistas estejam cientes das limitações de quaisquer tipos de ações comerciais, condicionadas ao contexto macroeconômico desfavorável, e esperem dos fornecedores uma relação solidária e positiva, até mesmo atrelada às negociações

O grande desafio para os fornecedores é manter o nível de atenção para com os pequenos varejistas num momento em que as metas comerciais exigem cada vez mais esforços, incluindo aumentar o número de clientes contatados e visitados pelos representantes/vendedores, sem com isso perder, como vimos, a capacidade de atender-lhes de maneira cordial e atenciosa, apoiando-os nesse atual cenário difícil.

Talvez valha redobrar os esforços, pois isso parece ser tão importante ao ponto de influenciar o resultado das vendas para os consumidores de suas próprias lojas.

Afinal, quando este momento passar – e vai passar!-, de quem eles se lembrarão quando as vendas voltarem a crescer?

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.