PRESIDENTE DO SECONCI-SP FALA DO SETOR

SECONCI-SP – Um dos mais importantes sindicatos da construção do Brasil, o Seconci-SP está prepcupado com a saúde dos mais de 650 mil trabalhadores da construção paulista.

Em entrevista exclusiva à revista Revenda Construção, Haruo Ishikawa, presidente do Seconci-SP e vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, conta como o sindicato está agindo:

Como o sr. enxerga o atual momento que vive o mercado com as restrições impostas à sociedade?

Este é um momento em que a preocupação do Seconci-SP (Serviço Social da Construção) e do SindusCon-SP (Sindicato da Construção) é com a saúde dos cerca de 650 mil trabalhadores da construção paulista e a manutenção do emprego. Assim, junto com o Sintracon-SP (que reúne os trabalhadores da construção da capital paulista), constituímos um fórum permanente. Desta articulação resultou a assinatura de um aditivo à Convenção Coletiva do Setor, possibilitando a adoção de medidas trabalhistas das empresas para preservar a saúde dos colaboradores. Conversas nesta direção, entre o SindusCon-SP e outras entidades de trabalhadores da construção do Interior, também estão ocorrendo. Além disso, elaboramos cartazes e folhetos para distribuição aos trabalhadores com recomendações sobre sintomas e prevenção.

O Seconci-SP passou a atender casos de urgência, encaminhando os suspeitos de infecção por coronavírus para os centros de referência. Suspendemos exames invasivos e consultas de rotina. Instalamos um Disque Coronavírus para elucidar dúvidas das empresas e dos trabalhadores. Produzimos e distribuímos um breve vídeo didático sobre os sintomas e os cuidados de prevenção, além de cartazes para serem afixados nas obras. E continuamos atendendo por telefone dúvidas sobre segurança do trabalho.

Os tempos são difíceis, mas em algum momento as atividades retornarão à normalidade, e queremos nossos trabalhadores sãos e seguros quando isto ocorrer.

 O que vai impactar na construção civil?

As atividades da construção paulista prosseguem normalmente, com as empresas adotando uma série de medidas para preservar a saúde dos trabalhadores nos canteiros de obras e colocando o pessoal administrativo em home office – na hipótese de a pandemia se agravar e as autoridades sanitárias determinarem a paralisação das obras. Esperamos que esse período seja breve, com um impacto reduzido na construção. E, quando a paralisação for suspensa, as construtoras terão plenas condições de retomar as atividades, buscando recuperar eventuais atrasos nos cronogramas de obras.

Como retomar o crescimento?

As condições para a retomada do crescimento já estavam dadas desde o ano passado. Inflação reduzida, juros baixos e crédito imobiliário acessível já faziam as vendas e os lançamentos imobiliários crescerem. Neste momento em que muitas pessoas estão se resguardando em casa, suspendem-se as visitas aos plantões de vendas, mas aumentam as consultas de interessados pela internet – o que deverá resultar em vendas futuras.

Será preciso que o governo avance numa série de questões que ficaram pendentes: fazer avançar as reformas em harmonia com o Congresso, recuperar a confiança dos investidores para possibilitar a volta de capitais externos para o financiamento do mercado imobiliário e da infraestrutura, e retomar as contratações da faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida, que estão paradas por falta de recursos do Orçamento da União.