VENDAS ONLINE CRESCE 1,3% NO 3º TRIMESTRE

VENDAS – A participação do comércio eletrônico no Brasil atingiu 18,7% do total das vendas do varejo no terceiro trimestre de 2025, segundo a Sondagem do Comércio do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O resultado representa avanço de 1,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e marca um dos níveis mais altos desde o início da série histórica, superado apenas pelos picos observados durante a pandemia. Em comparação ao mesmo período de 2024, a participação cresceu 4,8 pontos percentuais.

O desempenho positivo foi registrado de forma disseminada nos quatro principais segmentos do Varejo Restrito, além de expansão em materiais de construção e em veículos, motos e peças, ainda que neste último com menor intensidade. Para a pesquisadora do FGV IBRE, Geórgia Veloso, os resultados refletem “um avanço mais sustentado do comércio eletrônico, que se mantém acima do patamar de 17% desde o início deste ano”.

A sondagem traz também um recorte sobre os fatores que impulsionam ou restringem o comércio digital sob a ótica de empresários e consumidores. Entre as empresas que já atuam online, 66,6% afirmaram investir em marketing digital como principal estratégia de crescimento, enquanto 46,9% buscam aprimorar seus sites e 45,7% ampliam canais de atendimento digital. Já entre aquelas que ainda não vendem pela internet, quase metade (49,9%) declarou ser uma opção estratégica permanecer fora do ambiente digital, e 41,1% apontaram que seus produtos não se aplicam ao comércio eletrônico.

Na visão do consumidor, os fatores determinantes para concluir uma compra online são o preço (78,2%), o frete gratuito ou acessível (72%) e a confiança na loja (52,5%). Questões ligadas à logística também se destacam: 50,3% valorizam a entrega rápida, mas apenas 9,3% dos empresários citaram a redução do prazo de entrega como prioridade em suas estratégias, evidenciando um desalinhamento entre oferta e demanda. Entre os principais obstáculos para o avanço do comércio eletrônico sob a ótica do consumidor, estão o medo de golpes ou fraudes (42,5%), a desconfiança na loja ou site (36,5%) e a insegurança quanto à qualidade do produto (33,9%).

Em síntese, os dados revelam que o comércio eletrônico mantém trajetória de expansão consistente, mas seu crescimento futuro dependerá da capacidade das empresas em reduzir barreiras de confiança e alinhar suas práticas às demandas objetivas dos consumidores, especialmente em custo e logística.