IMPORTÂNCIA DAS LOJAS FÍSICAS CRESCE JUNTO COM OS E-COMMERCES

Nos próximos cinco artigos analisaremos a evolução nos últimos dois anos do uso da internet para consumo de materiais de construção durante uma obra residencial, a integração dos comércios eletrônicos com as lojas físicas, os principais gargalos e o uso das plataformas móveis, como smartphones e tablets, no ponto de venda, como mecanismo de apoio para consulta de informações, comparações de características, preços, condições de pagamento e pressão junto aos vendedores, para obtenção de vantagens no momento da compra.

Se considerarmos os dados da consultoria Ebit desde 2001, quando as vendas de produtos pela internet somavam apenas R$540 milhões e os dados ainda não consolidados de 2016, quando este faturamento deverá fechar em torno de R$44,6 bilhões, é inegável o potencial de crescimento das vendas pela internet e, principalmente, que, paulatinamente, com veremos a seguir, este canal se tornará mais importante para vendas de materiais de construção.

No entanto, nesse momento, é possível afirmar que a maior relevância tem se dado como meio para busca de informações e comparações diversas para compras que serão efetivadas nas lojas físicas.

Mas, de que maneira este comportamento tem evoluído?

Segundo o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção, em 2015, 14% dos entrevistados que haviam realizado uma grande reforma residencial alegaram terem feito algum tipo de compra para a obra – sem especificar quais produtos, quantidade e valores – pela internet. Em 2016, esse número subiu para 30,2%.

Desses consumidores que compraram pela internet, em 2016, 76,2%, ou seja, a maioria, as efetuaram nos e-commerces especializados em materiais de construção, sendo que 37,4%, as efetuaram em outros tipos de e-commerces que não os especializados.

Deste universo que realizou compras pela internet, tanto nas lojas especializadas ou não, em 2016, 42,8% buscaram apoio na loja física da mesma bandeira/marca para tirar dúvidas, checar dimensões, encaixes, medidas, cores, texturas etc., ante 39,3%, em 2015. Ou seja, um crescimento de 8,9%, na importância do apoio da loja física da mesma bandeira do e-commerce.

Deste mesmo universo, em 2016, 35,5% buscaram apoio da loja física de outra bandeira/marca para tirar dúvidas, checar dimensões, encaixes, medidas, cores, texturas etc., ante 30,4%, em 2015. Ou seja, um crescimento de 16,8%, na importância da loja física de bandeira diferente do e-commerce.

Por fim, em 2016, 21,6% não precisaram do apoio da loja física e fecharam a compra diretamente pela internet, ante 30,4%, em 2015. Ou seja, um decréscimo de 28,9%, na falta de importância da loja física como ponto de apoio para concretização da compra pela internet.

Somente por estes dados, é possível inferir que, com o aumento das compras online de materiais de construção, aumentou, também, a importância das lojas físicas como ponto de apoio para efetivação destas transações, sendo que, embora este comportamento esteja mais associado à mesma bandeira do e-commerce, houve um crescimento percentual maior desta busca em bandeiras diversas do que as do e-commerce onde foram concretizadas as transações.

É esperado que com o crescimento e amadurecimento do uso da internet no segmento, e consequente acesso cada vez maior a informações sobre os produtos e condições de compras, também se diminua a fidelidade dos consumidores, sendo que, talvez nesse caso, o maior desafio dos principais varejistas seja propiciar uma experiência online tal, que esses consumidores sejam estimulados a estenderem essa experiência para as próprias lojas físicas, rentabilizando-os.

Ou, em caso contrário, tenham estratégias bem elaboradas para acolhê-los em suas lojas físicas, oriundos de pesquisas e consultas em comércios eletrônicos de outras bandeiras, convertendo-os.

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