MODA, ACESSÓRIOS E CONSTRUÇÃO

Nos artigos anteriores, construímos com dados um racional do crescimento da utilização dos sites dos fabricantes e dos e-commerces de materiais de construção para busca de informações e comparações diversas, durante o período anterior a realização de uma grande reforma residencial.

Ainda aprofundando o canal e-commerce, segundo o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2014/2015/2016, e já avançando para a fase de consumo dos materiais, em 2015, 14% da amostra alegou ter feito alguma compra on-line de produtos para a obra. Já, em 2016, esse número subiu para 30,2%, um crescimento de 53,6%.

É importante consideramos que não avaliamos o valor da compra, mas, sim, a utilização do meio, podendo ser, desta maneira, desde uma lâmpada ou rolo para pintura até esquadrias, revestimentos cerâmicos e outros produtos de maior valor agregado, isoladamente ou numa cesta.

A intenção era monitorar o crescimento ou não de um novo canal de consumo no segmento.

Desse total que realizou alguma compra de materiais pela internet, 76,2% disseram tê-la feita em comércios eletrônicos especializados em materiais de construção, sendo que 37,4% alegaram tê-la feita em comércios eletrônicos diversos, como Americanas, Submarino, Casas Bahia, Magazine Luiza, Ricardo Eletro etc.

Vemos, somente por esses dados, que a oportunidade de crescimento para o canal e-commerce no segmento vai além da geração e atendimento de um novo hábito de consumo, mas, também, passa por entender que tipo de material está sendo adquirido em comércios eletrônicos não especializados, para, em seguida, se possível, incorporá-los.

E já que falamos em oportunidades de desenvolvimento deste novo canal, também perguntamos quais são as principais barreiras encontradas para a efetivação das compras durante a reforma.

Tanto em 2015, como em 2016, o valor do frete apareceu em primeiro lugar, passando de 47,8% para 45,3%; em segundo lugar, não consigo conferir cores e sentir texturas, passando de 44% para 39,2%; em terceiro lugar, não tem entrega imediata, passando de 38,6% para 34%; em quarto lugar, não sinto segurança para trocar o produto, passando de 33,8% para 37,7%; e, apenas para ficarmos em cinco atributos, demora do frete e prazo de entrega, passando de 29,6% para 31,1%.

Embora as oscilações sejam pequenas, e encontrem-se dentro da margem de erro, sugerimos a atenção ao seguinte raciocínio, assumindo que nesta margem encontramos importantes tendências de mercado: houve crescimento significativo em relação a falta de segurança em trocar o produto.

O fato é que os consumidores estão usando mais a internet para pesquisar e comprar materiais de construção e, como tal, proporcionalmente, estão mais receosos em relação à politica de troca destes materiais.

Aprender com outros segmentos, como, por exemplo, Moda e Acessórios, que estabeleceu uma exemplar política nessa questão, pode ser decisivo para superarmos mais essa barreira.

Em 2010, segunda a consultoria Ebit, a categoria nem ao menos era citada entre as cinco primeiras em volume de pedidos. Em 2015, fechou o ano como a primeira, com 14% de todas as transações.

No entanto, seria temerário concluir esse artigo com essa simples comparação, visto as gritantes diferenças entre os dois segmentos e os problemas referentes ao valor do frete e gestão de entrega de produtos de maior volume, apenas para ficarmos em duas diferenças significativas.

E, sob esse aspecto, comprovaremos em números, em artigos futuros, que quanto mais os consumidores compram materiais para suas obras pela internet, mais eles dependem da loja física para apoiá-los, inclusive para trocas descomplicadas de mercadorias.

Essa é uma boa notícia, desde que o segmento incorpore práticas elementares de complementaridade de canais, eliminando atritos e desgastes com os consumidores, independentemente do ponto de contato e momento.

Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2014/2015/2016 poderá ser adquirido para entrega e discussões in company.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas e Votorantim Cimentos, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.