EXPORTAÇÕES DE CERÂMICA BATEM RECORDE EM ABRIL

CERÂMICA –  Abril de 2021 registrou o melhor resultado de exportações para o mês em toda a série histórica para a indústria cerâmica brasileira, colocando o país como quarto maior exportador do planeta no período. É o que aponta um levantamento de Inteligência de Mercado da Associação Nacional de Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), que representa as empresas do setor.

No mês, as vendas para o exterior cresceram 90% em receita (US$) e 104% no volume (m²) em relação ao mesmo período de 2020. Já no acumulado de janeiro a abril de 2021, o crescimento foi de 45% na receita e de 48% no volume em relação ao mesmo período do ano anterior.

Na comparação com março de 2021, os dados também vieram positivos, com crescimentos de 24% tanto em receita quanto em volume.

“Abril de 2020 foi o auge da pandemia no Brasil, quando a atividade do setor praticamente parou”, informa Alais Coluchi, Consultora de Relações Internacionais da Anfacer. A executiva explica que, passado esse momento mais crítico, paulatinamente, tanto a produção quanto as vendas se recuperaram. Em junho do ano passado, ambos indicadores alcançaram patamares semelhantes aos observados antes do início da crise sanitária.

No entanto, quando se olha para as exportações, a trajetória da curva tem se sido ascendente, com uma possível aceleração a partir de março deste ano. Segundo a executiva, o que explica o avanço nas vendas para o exterior é a adoção de uma agenda inovadora, sustentável e que coloca as exportações como uma das prioridades do setor, mesmo com o mercado interno aquecido em pela pandemia.

“O Brasil já é hoje um dos principais protagonistas mundiais no mercado de revestimentos cerâmicos, sendo o terceiro maior produtor mundial, o segundo maior mercado consumidor e o sexto no ranking das exportações, com vendas para mais de 110 países”, resume a executiva.

Os números registrados em abril, que já colocaram o país como quarto maior exportador de revestimentos cerâmicos no mês, marcam um movimento que começou antes da pandemia. “As indústrias do setor tem investido em qualidade, design e inteligência de mercado e têm competência, tecnologia e expertise para saltar algumas posições e se consolidar como terceiro maior exportador mundial”, diz Alais.

Em grande parte, o que se observa é o crescimento em mercados em que a indústria cerâmica brasileira atuava pouco, como no caso do Chile e da Colômbia, países para os quais as exportações brasileiras melhoraram bastante, assim como a consolidação no mercado americano, para onde o Brasil já é o sexto maior exportador. “Crescemos e continuaremos crescendo nestes e em outros mercados, seja na América do Sul, Caribe, mas também na África e nos países Árabes, onde trabalhamos pela abertura de novos mercados”, completa.

 

ABRAMAT

A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção divulgou a nova edição do Índice ABRAMAT, pesquisa elaborada pela FGV com os dados projetados do faturamento do setor em maio. O destaque da edição é o crescimento de 35,8% no faturamento da indústria de materiais de construção em relação a maio de 2020, quando o país ainda enfrentava os primeiros reflexos da pandemia e a produção industrial sentia os seus impactos. A comparação entre os resultados de maio de 2021 ante abril de 2021 indicou queda de 0,5% no faturamento do segmento.

A nova edição da pesquisa também aponta os dados consolidados de abril de 2021. No período, a indústria de materiais de construção teve faturamento 66,4% maior que o observado em abril de 2020. Com o resultado consolidado, o crescimento acumulado no ano pelo setor atingiu a marca de 27,1% na comparação com o mesmo período de 2020.

A atual edição do Índice também sinaliza que a previsão para 2021 foi mantida. A expectativa é que haja crescimento de 4% no faturamento total deflacionado dos materiais de construção em relação ao ano passado. “Os meses de março, abril e maio do ano passado foram os de maior impacto da pandemia sobre a produção industrial, sendo assim a magnitude dos resultados apresentados nesse trimestre se justifica pela base de comparação excepcionalmente reprimida desse mesmo período em 2020. A tendência é que esse viés se amenize nas próximas edições do nosso indicador, nos permitindo mensurar de forma mais precisa o desempenho do setor até aqui e, posteriormente, revisar ou não nossa expectativa para o encerramento de 2021. Feita essa ressalva, o resultado positivo de maio de 2021 é um indício de que muito provavelmente a indústria de materiais de construção chegará a um crescimento significativo este ano, podendo até superar a estimativa inicial de 4% feita em janeiro. Importante reiterar que o setor depende de muitas externalidades para o seu crescimento sustentável. Como exemplos, destacamos a aceleração da tramitação no Congresso das pautas de reformas estruturantes, de redução do Custo Brasil e de simplificação do ambiente de negócios; a busca conjunta por todos os elos da cadeia da construção de medidas e ações que possam ajudar na redução de custos das matérias-primas, a efetiva retomada das obras de infraestrutura, além da necessidade de intensificar o ritmo da vacinação em todo país”, explica Rodrigo Navarro.

 

INCC registra alta

A pandemia do novo coronavírus afetou diretamente o setor da construção civil, que vem sofrendo com a alta generalizada de preços, é o que revela o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que subiu 1,87% em abril, diante de março, e já soma alta de 16,31% no acumulado em 12 meses. O custo nacional da construção por metro quadrado, que em março havia chegado em R$ 1.338,35, subiu para R$ 1.363,41 em abril, dos quais R$ 789,10 são relativos aos materiais e R$ 574,31 à mão de obra.

Esse aumento dos preços é decorrente do aumento da taxa de inflação de março deste ano, calculada em 2%. Dentre os principais fatores que desencadearam o aumento dos custos dos materiais de construção estão a  escassez de matéria-prima, aumento de demanda, fretes marítimos nas máximas históricas e alta do dólar.

“A indústria em geral se contraiu significativamente devido à parada dos fabricantes durante a pandemia, o que gerou um forte impacto na linha de produção que, juntamente às oscilações constantes do dólar, que sempre esteve acima dos cinco reais, gerou um aumento do preço  a médio prazo. No caso do aumento dos fretes marítimos, ocorreu em função da redução da oferta e do aumento constante da demanda, que atingiu diretamente o custo dos materiais de construção” – destaca Flávio Paiva, CEO da IPC Brasil – empresa líder no mercado de conexões de ferro maleável.

O expressivo aumento nos custos dos materiais de construção exerce um efeito contracionista não apenas no setor, mas na economia nacional.  Os novos investimentos imobiliários podem ser postergados, contribuindo para uma menor geração de emprego e renda e, com isso, fragilizando ainda mais o mercado de trabalho do país, por exemplo.

“O setor de construção civil é um dos segmentos que mais gera empregos no Brasil. Somente em 2020, havia mais de 106 mil novas vagas. Por esse motivo, esse problema de aumentos exagerados nos custos do setor é tão sério” – complementa Paiva.