A PRINCIPAL RAZÃO PARA DEIXAR UMA CASA MAIS BONITA E NOVA

No artigo anterior, abordamos aspectos ligados as principais motivações para a realização de uma grande reforma residencial, sendo notável que, desde 2014, atributos ligados a questões estéticas, como, por exemplo, deixar a casa mais bonita, mais nova e mudar o estilo, vem perdendo espaço para outros atributos, relacionados ao conforto, a funcionalidade e a segurança.

No entanto, ao frisarmos esta tendência, mencionamos que não poderíamos deixar de ressaltar que, embora perdendo espaço, “deixar a casa mais bonita/mais nova”, continua sendo a principal motivação para as famílias reformarem seus lares.

Então, no Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2014/2015/2016, onde analisamos as evoluções dos hábitos e atitudes do novo consumidor de materiais de construção, do momento em que ocorre a decisão de realizar a reforma até a obra propriamente dita, também aprofundamos o que, de fato, significa, “deixar a casa mais bonita/mais nova”.

Vamos, então, inserir esta informação dentro do ambiente macroeconômico, para melhor contextualizá-la.

O subsegmento Serviços Prestados às Famílias, monitorado pela Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, considerando, principalmente, o consumo de atividades ligadas a manutenção da rotina doméstica e permanência das pessoas no entorno geográfico, vem apresentando sinais de reação.

No comparativo volume de vendas junho com maio de 2016, cresceu 6,4%; no comparativo seguinte, julho com junho de 2016, cresceu 3%, e no relatório mais recente, agosto com julho de 2016, encolheu 0,7%. No entanto, como essa é uma série com ajustes, esse último percentual deverá se aproximar mais de zero na próxima revisão, em 16 de novembro.

Nos últimos dois comparativos mesmos meses do ano anterior, os sinais são mais evidentes: crescimento de 3%, comparando julho de 2016 com julho de 2015; crescimento de 3,5%, comparando agosto de 2016 com agosto de 2015.

O que nos leva ao resultado acumulado ano janeiro a agosto de 2016 comparado com janeiro a agosto de 2015, a uma queda no volume de vendas destes serviços de apenas 1,6%, uma boa notícia, quando consideramos que, comparando o ano de 2015 com 2014, esta queda havia sido de 4%.

Dentro desse contexto de leve retomada do consumo de serviços correlacionados a permanência e manutenção do lar, a principal razão que leva as famílias a “deixar a casa mais bonita/mais nova” é, para 54,3% dos entrevistados, “receber melhor amigos e familiares”, significativamente acima de “estamos passando mais tempo dentro de casa e gostaríamos de deixá-la melhor”, considerada como razão por 38,4%.

Num momento em que a contração econômica derrubou a aquisição de serviços relacionados a atividades turísticas e alimentação fora do lar, que diferentemente dos outros serviços prestados às famílias, apresentam sinais menos evidentes de recuperação, este consumidor que está permanecendo mais tempo dentro de casa, ao reformá-la para deixá-la mais bonita e nova, tem como principal razão receber melhor as visitas.

Vale a reflexão sobre como abordá-lo em todos os pontos de contato nos momentos de pesquisas e comparações, considerando que status e reconhecimento social são atributos fundamentais para a venda dos materiais que serão utilizados durante uma obra.

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