DISRUPÇÃO NÃO É INOVAÇÃO. É DESTRUIÇÃO

No artigo anterior, examinamos o período médio dos consumidores brasileiros entre o momento da decisão da obra e seu início efetivo, 3,7 meses, e os principais meios utilizados para buscas de informações e comparações de produtos durante esse período.

Em ordem: lojas físicas de materiais de construção, utilizadas por 67,7%; e-commerces de materiais de construção, por 29,4%; sites dos fabricantes, por 28,5%; tabloides de ofertas de materiais de construção, por 21,4%, e, apenas para ficarmos nos cinco principais, YouTube, por 20,7%.

Como vemos, temos, entre os cinco principais meios, dois representantes da velha economia e três representando a nova economia, nascida junto com a internet. 


Ao que tudo indica, as lojas físicas, como celebrado centro de experiências, ganham contornos ainda mais reluzentes no segmento de materiais de construção, com seus longos ciclos de compras para um mesmo fim (obra/reforma); alto valor agregado de produtos diversos e complementares, necessidade de apoio técnico de vendedores e balconistas, e premência sensorial: sentir texturas, ver cores, testar encaixes, examinar matérias primas, experimentar produtos etc.

Já, os comércios eletrônicos do setor e os sites dos fabricantes de materiais de construção, combinados, oferecem os mesmos benefícios das lojas físicas, porém remotamente: verificar preços e informações técnicas mais aprofundadas.

E, por fim, paradoxalmente, tabloides de ofertas e mídia digital. Um símbolo da velha economia e um símbolo da nova economia.

Interessante notarmos que num segmento onde a curva de aprendizado para transações online não evoluí como em outros segmentos, devido, principalmente, às peculiaridades citadas acima, acrescidas de frete – ou sua impossibilidade -, dois meios tão díspares possam conviver de maneira igualitária.

Talvez, o segmento de materiais de construção tenha uma importante lição a ensinar aos outros segmentos, sobre convivência entre meios tradicionais e novos, com cada um contribuindo – ou “compartilhando”? – o que tem de melhor com o outro, como, por exemplo, designs modernos para tabloides impressos e com Realidade Aumentada versus baixar tabloides de ofertas nos vídeos de “Faça você mesmo” no YouTube, entre tantas outras possibilidades de intercâmbio, sem a necessidade de destruição dos primeiros para crescimento e monetização dos segundos.

Seria, isso, inovação?

No artigo da próxima quinta-feira continuaremos explorando os meios de consulta utilizados durante o período de planejamento das obras residenciais.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado DataMKt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em entender os novos tempos e contribuir para o crescimento e profissionalização do segmento.