MÃO DE OBRA COMO PARÂMETRO DA CONSTRUÇÃO

No artigo, Vossa Excelência Pedreiro, analisamos a linearidade do nível de contratação desse profissional para as obras residenciais, mantendo-se proporcionalmente estável, mesmo durante os piores anos da crise econômica, em 2015 e 2016.

Já os especialistas, como pintores, eletricistas e encanadores, sofreram oscilações para baixo, deduzindo-se, assim, que por uma questão de sobrevivência financeira, os pedreiros começaram a desenvolver atividades especializadas, mas também, os especialistas começaram a desenvolver atividades genéricas.

Esse comportamento diz respeito às obras residenciais, analisadas pelo Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção, mas, e em relação à mão de obra contratada pelas construtoras, o que está ocorrendo?


Para isso, recorremos ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério da Economia, cujos dados mais recentes apontaram para um saldo positivo de 116.530 operários contratados formalmente (celetistas) para a construção civil, no acumulado ano setembro de 2019, ante um saldo positivo de 83.502 celetistas, no mesmo período de 2018 (dados com ajustes).

Em outras palavras, ocorreram 33.028 contratações a mais, ou um crescimento de 39,5%, puxado, principalmente, pela atividade Construção de Edifícios.

Esses dados são corroborados regionalmente pela mais recente Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP, relativa aos 39 municípios da Grande São Paulo (inclui capital), que apontou para o lançamento de 32.620 unidades residenciais novas, no acumulado ano agosto de 2019, ante 18.511 unidades, no mesmo período de 2018.

Em outras palavras, foram lançadas 14.109 unidades a mais, um crescimento de 76,2%, puxado, principalmente, pela capital, cujo crescimento foi de 104%, enquanto que no agregado dos outros 38 municípios, houve queda de 3,5%.

Esse comportamento da construção civil já foi objeto de análise no artigo, A Grande São Paulo e as Tendências para Imóveis Residenciais Novos, no qual se infere que a recuperação do mercado imobiliário começou pela capital paulista, e deverá se estender para a região metropolitana e o restante do país.

É provável que no próximo ano, com a lenta, contínua e consistente recuperação econômica, o nível de especialização da mão de obra cresça nas obras residenciais – e, em linha, a qualidade dos materiais utilizados e o ticket médio dos consumidores –, e, os lançamentos de imóveis continuem absorvendo um maior contingente de trabalhadores, repondo, assim, os estoques vendidos, também em fase de crescimento.

Mãos à obra, pois, finalmente, tudo indica que estamos entrando num círculo virtuoso no setor.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado DataMkt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em entender os novos tempos e contribuir para o crescimento e profissionalização do segmento.