O MELHOR DOS DOIS MUNDOS

Dando sequência aos artigos sobre os principais meios utilizados para a busca de informações e comparações de produtos, durante o período de planejamento das obras residenciais, a seguir, investigaremos o que os consumidores buscam nos dois principais meios acessados: lojas físicas e e-commerces de materiais de construção.

Continuaremos, assim, acompanhando essa jornada de compra, tendo como base 900 entrevistas realizadas pelo Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2018, considerando uma base que realizou reformas/obras residenciais no período de setembro de 2017 a agosto de 2018.

As lojas físicas de materiais de construção são imbatíveis nesse período, visitadas por 67,7% dos entrevistados, antes mesmos das compras efetivamente começarem.

E quais os tipos de informações buscadas nessas lojas?


Em primeiro lugar “preços dos produtos”, procurado por 77,5% dos consumidores; seguido por “variedade de produtos”, por 55,4%; “formas de pagamento”, por 51,2%, e, “variedade de marcas” e “condições de entrega”, empatadas, com 38,3% e 38,2%, respectivamente.

Já, os e-commerces de materiais de construção, utilizados por 29,4% dos entrevistados para pesquisas e comparações de produtos, também foram acessados em primeiro lugar para busca de “preços de produtos”, por 58,7%, seguido por “comparações de preços com preços já vistos nas lojas físicas”, por 42,7%.

Interessante refletirmos sobre a já tão propalada relação sinérgica entre os canais de vendas físicos e digitais, mas, também, sobre qual a margem que o consumidor estaria disposto a pagar a mais na loja física, do que o preço visto nos comércios eletrônicos.

No segmento de materiais de construção as variáveis mão de obra parada, pronta entrega, preço do frete, venda consultiva e experiência sensorial podem desequilibrar, como em nenhum outro segmento, a balança da precificação entre online e offline.

Mas, se consideramos essa premissa, como precificar inteligentemente os materiais de construção offline, diante de consumidores cada vez mais bem informados online?

Nos Painéis de 2017 e 2018, perguntamos para toda a amostra “quanto você estaria disposto a pagar a mais em uma loja física em relação a compra de materiais de construção online (e-commerce), considerando o atendimento presencial dos vendedores, ambiente da loja e pronta entrega dos produtos?”

Em 2017, 27,5% disseram que não pagariam nada a mais; em 2018, esse número caiu para 24,5%. Em 2017, 31,9% disseram que pagariam até 5% a mais; em 2018, esse número caiu para 29,6%. E, por fim, em 2017, 28,2% disseram que pagariam de 5% a 10% a mais; em 2018, esse número subiu para 32,3%.

Vemos, portanto, que com o ainda discreto avanço dos comércios eletrônicos no segmento de materiais de construção para transações, aliado ao significativo avanço dos meios digitais para a busca de informações e comparações de produtos – antes dessas mesmas compras –, diferentemente de outros segmentos, pode estar ocorrendo uma valorização ainda maior das lojas físicas.

Momento favorável este para as indústrias e varejistas do segmento aproveitarem o melhor do digital para potencializar o melhor do mundo físico.

Vivemos, atualmente, no melhor dos dois mundos?

No próximo artigo aprofundaremos dados dos consumidores que consultaram as mídias sociais antes da realização das obras residenciais.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado DataMKt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em entender os novos tempos e contribuir para o crescimento e profissionalização do segmento.