REFORMAS ESTRUTURAIS: UMA CONSTANTE NUM MERCADO INSTÁVEL

Dando sequência aos artigos sobre as evoluções comportamentais no consumo de materiais de construção, ainda estamos no momento anterior ao processo de compra, compreendendo as principais motivações que levam as famílias a realizarem uma grande reforma residencial.

Se nos artigos anteriores abordamos questões estéticas, funcionais e ligadas ao conforto e segurança, considerando as oscilações destas motivações desde 2014 e o momento atual para projeções de tendências, desta feita abordaremos uma motivação que se mostrou constante: “resolver problemas estruturais, como problemas elétricos, hidráulicos, azulejos descolados, tacos soltos, rachaduras de parede, infiltrações etc.”

Segundo dados da PNAD Contínua do IBGE relativos ao trimestre móvel julho, agosto e setembro de 2016, o grupamento Construção, referente a construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados, e também relacionado às reformas e construções residenciais com utilização de mão de obra informal, ocupava 7,935 milhões de pessoas no trimestre móvel outubro, novembro e dezembro de 2015.

Desde então, vem apresentando tendência de queda, fechando no relatório mais recente, com 7,140 milhões de pessoas ocupadas na atividade, ou seja, um decréscimo de 795 mil pessoas durante o ano.

Apenas para se ter uma dimensão precisa do que isto significa, em 2015, no mesmo período, esta queda estava em 386 mil pessoas ocupadas na atividade, porém, com tendência de melhora, tanto que, no fechamento do ano, a atividade empregava 158 mil pessoas a mais, do que em seu início.

No entanto, embora tenhamos claro que o desemprego na atividade Construção esteja significativamente maior do que nos anos anteriores, no Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2014/2015/2016, quando questionados sobre as motivações para a realização de uma reforma residencial, questões relativas a resolução de problemas estruturais mantiveram um padrão linear.

Independentemente do momento econômico, em média 40,7% dos entrevistados que haviam realizado uma grande reforma residencial, alegaram ser esta uma das principais motivações para realização da obra, sendo 40,9%, em 2014; 40,9%, em 2015 e 40,4%, na pesquisa mais recente, em setembro de 2016.

O fato é que, considerando apenas os dados da PNAD Contínua e a contratação de mão de obra no grupamento Construção, é possível afirmar que o atual momento econômico impactou fortemente a realização das reformas residenciais, mas as obras que estão sendo realizadas, a despeito deste momento, mantém dentro das principais motivações um padrão nas questões relativas às resoluções de problemas estruturais, diferentemente de todas outras motivações.

Isto corrobora o perfil do novo consumidor de materiais de construção, mais pragmático e racional do que em anos anteriores e coloca, principalmente o segmento de materiais básicos, a reboque da tão desejada recuperação econômica do país.

O Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2014/2015/2016 poderá ser adquirido para entrega e discussões in company.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas e Votorantim Cimentos, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.