VENDAS DE CIMENTO SUPERAM EXPECTATIVAS

CIMENTO – Depois registrar crescimento de 3,3% nas vendas de cimento em 2019, interrompendo uma série de quatro anos de crise, a indústria começou o ano com expectativa de aumento de 3%. No entanto, as fortes chuvas de janeiro e fevereiro frustraram o consumo, que ficou represado para março, concentrado principalmente na primeira metade do mês. Na segunda quinzena, o setor se deparou com uma queda de demanda causada pelo isolamento social e restrições de circulação. Em abril, primeiro mês cheio em plena pandemia, a indústria observou uma queda, mais amena que o previsto.

A partir de maio veio a surpresa e o crescimento do setor que se estendeu a junho.

Ao final do primeiro semestre de 2020 é possível afirmar que dois fatores puxaram para cima as vendas de cimento no período: a autoconstrução (residencial e comercial) e a retomada das obras dos empreendimentos imobiliários.

Hoje, esses vetores respondem por aproximadamente 80% do consumo no país e alavancaram as vendas do insumo no mercado interno, atingindo 26,9 milhões de toneladas, um crescimento de 3,6% em relação ao primeiro semestre de 2019. Na fotografia de junho os números também foram positivos, com 5,2 milhões de toneladas, um aumento de 24,2% sobre o mesmo mês do ano passado.

Ao se analisar a venda de cimento por dia útil em junho, de 228 mil toneladas, a curva também é crescente, com aumento de 7,7% sobre maio deste ano e de 16,1% em relação ao mesmo mês de 2019.

As reformas seguem em ritmo chinês há mais de dois meses, conforme demonstram indicadores de vendas de lojas de materiais de construção.

Esse fenômeno tem causa: o aumento do tempo de permanência das pessoas nos lares reforçou a necessidade de pequenas melhorias nas casas, que deixaram de ser apenas um lar para se transformar num local de trabalho e lazer, e as reformas e manutenções em estabelecimentos comerciais foram executadas, aproveitando a paralisação forçada.

O outro vetor são as obras de empreendimentos imobiliários retomadas pelas construtoras, como corroboram pesquisas do setor. Há registros, inclusive, do aumento de trabalhadores nos canteiros de obras.

“A COVID-19 provocou uma série de mudanças nas nossas vidas, nos nossos hábitos e nas nossas prioridades. Para a indústria do cimento, a crise mostrou que o cuidado com a casa e o uso de reservas pessoais e investimentos para pequenas reformas, tão populares na década de 80, voltaram a fazer parte do orçamento familiar. O cumprimento dos rígidos protocolos de segurança, garantiu a manutenção das atividades da indústria e demonstrou que a coexistência entre a produção e venda de cimento e o combate ao coronavírus é perfeitamente possível, como no caso das obras imobiliárias, que vem retomando o ritmo pré-crise.”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.