FATURAMENTO DAS INDÚSTRIAS CONTINUA POSITIVO

A ABRAMAT ­ – Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção – divulga a nova edição de sua pesquisa Índice, elaborada pela FGV com dados do IBGE sobre o faturamento das indústrias de materiais de construção. A pesquisa indica que no acumulado do ano, entre janeiro e novembro, o resultado continua positivo, com 9,9%. Neste mês de novembro, o faturamento da indústria de materiais registrou alta de 1,5% em relação ao mês de outubro, o que representa o primeiro aumento em quatro meses. Em novembro, segundo o estudo, o faturamento deflacionado dos materiais básicos caiu 7,0% e os materiais de acabamento tiveram redução de 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, no acumulado dos últimos 12 meses o faturamento da indústria de materiais avançou 10,7%.

Segundo Rodrigo Navarro, presidente da ABRAMAT, o resultado do setor em novembro mostra que há espaço para crescimento apesar das externalidades. “A indústria de materiais de construção chega ao final de 2021 com viés de alta, com resultado superior ao que havia sido projetado no início do ano. Somando o resultado que estamos construindo esse ano ao de 2020, é possível afirmar que o setor trafega por esse momento de muitas externalidades com relativo sucesso, nos dando motivos para ao mesmo tempo estarmos otimistas, ainda que de forma moderada, mas cautelosos e atentos aos movimentos que podem influenciar o setor no futuro“, explica o executivo.

Cimento

As vendas de cimento no Brasil no acumulado do ano continuam registrando alta, no entanto, a menor renda proveniente do alto desemprego, o endividamento das famílias e a inflação em alta afetaram o resultado do setor em novembro.

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), o volume de vendas em novembro totalizou 5,4 milhões de toneladas, um crescimento de 1,8% em relação ao mesmo mês de 2020. No acumulado do ano (janeiro a novembro), os números também foram positivos, alcançando 60 milhões de toneladas, aumento de 7% comparado ao mesmo período do ano passado.

Percebe-se que o crescimento na variação acumulada no ano vem diminuindo a cada mês. Em abril tínhamos uma alta de 20,8%, ou seja, até novembro houve uma queda de 34% no acumulado do ano. O esgotamento da poupança e das reservas pessoais (daqueles que fizeram reformas) somadas as quedas dos índices de confiança do consumidor¹, do empresariado² e o endividamento das famílias de baixa renda3 (perto de 60% da renda média anual) foram causas objetivas desse resultado.

As fortes chuvas dos últimos meses e o fraco desempenho das lojas de materiais de construção5 também afetaram de modo significativo a indústria do cimento.

A região Nordeste, onde se registrou um bom desempenho no primeiro semestre, principalmente devido ao auxílio emergencial, foi diretamente impactada apresentando em novembro uma queda de 4,2%.  A expectativa é de haja retomada do consumo de cimento com o retorno da ajuda financeira, agora por meio do Auxílio Brasil. Nesta região, 44% da população vive com menos de R$420 por mês e em função desse cenário de retração da economia seu poder de compra caiu drasticamente.

“A confiança dos consumidores voltou a recuar em novembro, de acordo com a FGV, reflexo da pior percepção sobre a situação econômica. A combinação de renda menor e inflação maior é maléfica para a população, que sofre com o endividamento, passando a focar suas despesas em bens essenciais como alimentação e vestuário, sobrando menos recursos para outras despesas como a construção ou reforma de casa.” Paulo Camillo Penna – Presidente do SNIC