COMO SÃO BELOS OS MATERIAIS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO!

As pesquisas do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção são feitas desde 2014 a partir de filtros, tendo como um dos objetivos separar respondentes que tenham realizado pequenos reparos e manutenção doméstica daqueles que realizaram obras residenciais de maior envergadura.

Nesse caso, esse segundo público é aquele que nos interessa e o qual aprofundamos.

No Painel de 2017, entregue em setembro e considerando consumidores que tinham realizado essas obras no período de setembro de 2016 a agosto de 2017, dos 900 entrevistados em quatro regiões do Brasil, 85,4% disseram que pintaram suas residências; 68,9% trocaram/colocaram pisos e azulejos; 63,3% fizeram a parte elétrica; 55% realizaram obras básicas estruturais; 42,9% fizeram a parte hidráulica; 36,8% trocaram/colocaram louças sanitárias; e, finalizando esse filtro, 41,2%, fizeram outros tipos de obras, exemplificadas nos questionários, entre outros, como troca de acessórios para banheiro, metais sanitários, espelhos, tomadas e interruptores, fechaduras, esquadrias, gabinetes, enfim, tudo aquilo que complementa as seis intervenções citadas anteriormente, totalizando uma média de 3,9 tipos por entrevistados.

Para seguirmos adiante nas entrevistas era necessário ter feito no mínimo dois tipos de obras, ou seja, se só pintou, fez parte elétrica, outros tipos de obras, etc., encerrávamos.

Então, para efeito de apreciação do quanto são belos os materiais básicos, vamos aprofundar o perfil de quem fez obras básicas estruturais, comparando-o com o total da amostra.

Considerando apenas o perfil dos entrevistados que fizeram esses tipos de obras, exemplificada no questionário como, levantar cômodos, cobrir a residência, reformar usando tijolos, cimento, telas, arames, vigas, areia, vergalhões, impermeabilizantes, telhas cerâmicas, de concreto e fibrocimento etc., totalizaram uma média de 4,4 tipos de intervenções.

Ou seja, fizeram mais tipos de intervenções que o total da amostra, que como vimos anteriormente foi de 3,9.

Voltando ao total da amostra, 60,8% disseram ter feito compras para a obra, sem declaração do valor gasto, volume e número de itens comprados, em Lojas de Bairro; 46,7%, em Home Centers/Lojas Grandes; 40,8%, em Lojas de Tintas; 34,3%, em Lojas de Materiais Básicos; 28,9%, em Lojas de Materiais Elétricos; 27,8%, em Lojas de Revestimentos Cerâmicos; 14,3%, em Lojas de Materiais Hidráulicos; 12,1%, em comércios eletrônicos, e, por fim, 5,5%, em outros tipos de lojas, totalizando uma média de 2,7 tipos de canais de compra por entrevistado, sendo que essa média subia para 3,6 tipos de canais na classe A.

Considerando novamente apenas o perfil dos entrevistados que fizeram obras básicas estruturais, essa média era de 3,1 tipos de canais de compra por entrevistado, subindo para 4,1 tipos de canais na classe A.

Ou seja, utilizaram de maneira combinada um número maior de canais de compra dos materiais que seriam utilizados na obra.

De maneira resumida, quando se tratava da contratação do tipo de executores para a realização da obra, o total da amostra contratou, em média, 2,5 tipos de profissionais, sendo 3,4 somente na classe A; enquanto, considerando apenas a amostra que fez obras básicas estruturais, essa média subia para 2,7 tipos de profissionais, sendo 3,9 somente na classe A.

Ainda, resumidamente, quando se tratava do número de cômodos em que foram realizadas obras, o total da amostra fez, em média, intervenções em 3,1 tipos de cômodos, sendo 3,4 somente na classe A; enquanto, considerando apenas a amostra que fez obras básicas estruturais, essa média subia para 3,3, sendo 3,9 somente na classe A.

E, assim por diante, em todos os recortes possíveis dos dados da pesquisa, comprovando a magnitude do perfil das obras básicas estruturais. Mas, esse é um conhecimento intuitivo, logo, sem a necessidade de pesquisas que o comprovem, correto?

Não! Intuição, sem dados, é especulação; com dados, informação.

De posse dessas informações, talvez possamos inferir duas linhas estratégicas mercadológicas para 2018, muito provavelmente o segundo ano da recuperação das vendas do comércio de material de construção, e, certamente, o momento em que serão firmados novos hábitos e atitudes de consumo que perdurarão pelos próximos anos: criar sólidos mecanismos de estímulos para que uma reforma de menor proporção se transforme numa grande e bela obra residencial, e, para o pós-obra, para que o consumo de materiais de construção não tenha sido apenas pontual, mas sim, se torne um hábito contínuo de melhora do lar.

Ou, dizermos, unissonantemente para os consumidores, como segmento: “Pra que trocar seu smartphone 4G funcionando direitinho, se você pode pintar o quarto dos seus filhos com as cores da moda? Pra que trocar seu carro semi-novo ainda na garantia, se você pode ampliar o quarto, cobrir a garagem e ainda fazer uma varandinha pra desfrutar de momentos alegres com sua família? Você realmente precisa trocar essa geladeira e fogão? Já viu a nova coleção de revestimentos cerâmicos desse ano? Ah, mas essa smart TV tem um resolução ótima, pra que trocá-la? Já o piso da sala… Puxa, mas o dinheiro que você gastará nesse blazer novo – mais um que acabará mofando no armário – bem que poderia ser usado pra colocar aquela nova linha de metais sanitários no lavabo… já imaginou a cara de inveja das visitas?”…

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.