CONSUMIDORES DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO NÃO MORREM

Segundo a publicação Estatísticas do Século XX do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, como consequência da maior crise da economia mundial, oriunda da quebra da bolsa de Nova Iorque e conhecida como Grande Depressão ou Crise de 1929, a queda estimada do PIB brasileiro, em 1930, foi de 2,1%, e, em 1931, de 3%, significando, no acumulado dois anos, uma queda total de 5%. Em 1932, a economia brasileira já apresentava recuperação, com crescimento de 4,3%, resultando numa queda acumulada nos três anos de 0,7%.

Segundo o relatório Contas Nacionais Trimestrais, também do IBGE, como consequência da maior crise da economia brasileira, oriunda do governo Dilma Rousseff e sua Nova Matriz Econômica, a queda do PIB, em 2015, foi de 3,5%, e, em 2016, também de 3,5%, significando, no acumulado dois anos, uma queda total de 6,9%. Em 2017, a economia brasileira apresentava sinais de recuperação, com crescimento de 1%, resultando numa queda acumulada nos três anos de 5,9%.

Estamos relutantemente superando a maior crise da história do país e, é de se esperar que o sofrimento originado nesse período de instabilidade altere hábitos e atitudes, amadurecendo, assim, os indivíduos e a sociedade brasileira.

Segundo estimativas DataMkt Construção, em 2014, o varejo de materiais de construção faturou aproximadamente R$122,6 bilhões, distribuídos por aproximadamente 150.000 lojas. Atualmente, dados mais recentes, relativos ao ano de 2017, estimam um faturamento aproximado de R$118,8 bilhões, distribuídos por, aproximadamente, 130.000 lojas.

Nesse período de contração, sejam dos valores gastos em construções, reformas, pequenos reparos e melhorias do ambiente doméstico e, consequentemente, redução do número dos canais de vendas dos materiais para todos esses tipos de obras, ocorreu uma depuração no varejo, permanecendo no jogo as operações melhor estruturadas  e que se relacionavam de maneira mais consistente com fornecedores de maior envergadura comercial, capazes de adaptarem suas políticas de canais, equacionando a nova realidade mercadológica a solidez de suas marcas.

No âmbito do consumidor, as quedas sucessivas do PIB e, principalmente, o crescente índice de desemprego, o tornaram mais seletivo, precavido e racional, e, consequentemente, mais maduro e voltado para laços afetivos também mais sólidos, com familiares e amigos, tendo como base seus lares.

Um dos aspectos mais relevantes dos últimos dados do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção diz respeito a disposição desses consumidores continuarem investindo na melhoria desses lares, mesmo após terem realizado grandes obras residências.

No Painel de 2017, que entrevistou 900 consumidores que haviam realizado obras e reformas no período de setembro de 2016 a agosto de 2017, 86,8% dos entrevistados alegaram que a situação econômica do país os fez passar mais tempo dentro de seus lares, convivendo com familiares e amigos.

E, para 84,8%, mesmo já tendo reformado a residência, existia a intenção de continuar fazendo reparos e melhorias para deixar o lar mais agradável e acolhedor.

Esses consumidores estiveram durante meses próximos aos fabricantes e varejistas do segmento, pesquisando e comprando materiais de construção para suas obras, se identificando e deixando dados e informações sobre quem são, o que estão fazendo, e, o que provavelmente farão no futuro, para todas as empresas, independentemente do porte ou área de atuação, com as quais tiveram contato durante a jornada de compra.

Talvez caiba ao segmento, como um todo, aproveitar essa janela de oportunidade de consumidores em processo de alterações comportamentais e amadurecimento, para os estimularmos, mais e mais, a transformarem o efêmero hábito de cuidar das suas casas em um hábito contínuo.

Afinal, após uma grande obra residencial esses consumidores estão mais vivos do que nunca, muito provavelmente felizes com seus novos lares, e, como vimos, dispostos a continuar melhorando-os.

Ao menos até outros segmentos, como automotivo, de eletroeletrônicos ou eletrodomésticos os convencerem, com a competência de sempre, de que isso não é tão necessário quanto trocarem continuamente seus carros, celulares, TVs…

O sistema de inteligência de mercado DataMkt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo também, para sua profissionalização e desenvolvimento.