INFLUENCIADORES ANALÓGICOS

Num momento em que dados da Pesquisa Industrial Mensal da Produção Física-Brasil do IBGE apontam para uma abertura de ano positiva, diferentemente dos três anos anteriores, vale a pena entender de que maneira se dá a influência para compra dos produtos do executor mais contratado para uma obra: o pedreiro.

Em 2014, a produção industrial abriu o ano com uma queda de 2,4%, fechando o ano em -3,2%. Em 2015, a produção industrial abriu o ano com uma queda de 5,2%, fechando o ano em -8,3%. Por fim, em 2016, a produção industrial abriu o ano despencando 13,8%, fechando o ano em -6,6%. Agora, em 2017, finalmente a produção industrial abriu o ano com um crescimento de 1,4%, indicando, assim, para um ano positivo.

Como vimos num artigo anterior, além de ser o executor mais contratado para uma reforma residencial, o pedreiro foi o único, entre os principais executores, considerando pintores, eletricistas, encanadores/bombeiros e azulejistas, que apresentou crescimento no número de contratações em 2016, comparando com 2015.

Então, desta maneira, torna-se ainda mais importante entender como se dá a influência destes executores para compra dos produtos dos fabricantes de materiais de construção e também para escolha dos canais, onde serão comprados estes produtos.

Segundo dados do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2014/2015/2016, que entrevistou 767 consumidores que realizaram grandes reformas residenciais, 80,3% contrataram pedreiros para a obra.

Deste universo que os contratou, 37,8% disseram que os pedreiros indicaram as Lojas de Bairro para compra de produtos; 25% disseram que eles indicaram os Home Centers/Lojas Grandes e, apenas para ficarmos nos três tipos de canais mais citados, 13,7% disseram que eles indicaram os Depósitos de Materiais Básicos.

E quanto aos tipos de produtos indicados?

Do universo de entrevistados que os contratou, 56,8% disseram que os pedreiros indicaram marcas de materiais básicos; 46,5% disseram que eles indicaram marcas de materiais de acabamento e, novamente, apenas para ficarmos nos três tipos mais citados, 10,6% disseram que eles indicaram marcas de tintas.

É interessante notarmos que, segundo o universo de entrevistados que os contratou, 26,1% disseram que eles não tiveram qualquer tipo de influência para escolha do tipo de loja em que seriam comprados os produtos, contra apenas 18,1%, que disseram que eles não tiveram qualquer tipo de influência para escolha dos produtos.

Somente por estes dados, é possível afirmar que os pedreiros possuem um grau de influência maior para recomendação de compra das marcas dos produtos do que para a recomendação dos canais onde eles serão comprados.

Este potencial de influência é um ponto interessante a ser explorado e expandido pelos varejistas do setor, independentemente do porte ou formato. Quanto as indústrias, inferindo que a produção continuará a se recuperar, mesmo que lentamente, não seriam políticas consistentes de relacionamento com estes profissionais um estímulo bem-vindo para acelerar um pouco mais esta retomada, neste e nos próximos anos?

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