MATERIAL DE CONSTRUÇÃO NÃO VENDE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

No artigo anterior, aprofundamos dados do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção, considerando 2.568 entrevistas divididas e realizadas em 2016/2017/2018, com consumidores que haviam reformado suas residências no último ano, motivados, principalmente, por conforto e questões estéticas.

Nesse artigo, abordaremos a terceira principal motivação que os levam a enfrentarem todos os transtornos e dificuldades inerentes às obras residenciais: resolver problemas estruturais.

Então, se na média dos últimos três anos de Painel, 55,4% desejavam “oferecer maior conforto para minha família”; 54,5%, “deixar a casa mais bonita e mais nova”; agora, para esse artigo, aprofundaremos os 38,9% que necessitavam “resolver problemas estruturais”.

Mas, afinal, quais são esses problemas?


Também, considerando a média dos últimos três anos, o maior problema foi “impermeabilização, manchas, mofo etc.”, para 51,9%; seguido por “instalações elétricas, troca de fiação, disjuntores etc.”, para 49%; “instalações hidráulicas, vazamentos etc”, para 46%; “azulejos/revestimentos cerâmicos estourados, rachados etc.”, para 42,5%; e, apenas para ficarmos nos cinco principais, “problemas estruturais, como afundamento de piso, paredes trincadas, rachadas etc.”, para 31,5%.

Porém, talvez, não seja essa a principal informação das pesquisas, mas sim, o fato de que, nos últimos três anos, há uma tendência de queda no percentual de entrevistados que realizaram obras para resolver problemas: 40,1%, em 2016; 38,8%, em 2017; e 37,6%, em 2018.

Também, podemos avaliar que se, 38,9% realizaram as obras por necessidade, outros 61,1% o fizeram para atender desejos, como, por exemplo, de conforto, beleza, mudança de estilo, aparência, aumentar o espaço da família, deixar a casa mais funcional e/ou segura.

Bem, ao que tudo indica, depois da retração de 18,2% no volume de vendas de materiais de construção, no triênio 2014/2015/2016 – segundo o IBGE -, os lares estão estruturalmente menos problemáticos, provavelmente, porque tudo aquilo que não foi feito no período de retração do mercado, está, aos poucos, sendo feito.

O que significa que há uma tendência, cada vez mais favorável, aos estímulos positivos das indústrias e varejistas, para motivá-los a realizarem reformas e obras residenciais.

E aí, entra a questão principal.

Com que motivação as empresas do setor querem se associar? Com o problema, que remete aos diversos transtornos causados durante a realização da obra? Ou com o sonho de uma residência confortável, bonita, nova, funcional, espaçosa e/ou segura?

Não vendemos cimento, vendemos segurança. Não vendemos tintas, vendemos alegria. Não vendemos metais sanitários, vendemos sofisticação. Não vendemos porcelanato, vendemos beleza…

Obras residenciais, nada mais são do que sonhos em execução.

No artigo da próxima semana investigaremos quais são as principais finalidades para que as pessoas desejem deixar seus lares mais confortáveis e bonitos.

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