NÃO É OMNICHANNEL

A omnicanalidade é o mantra de todo artigo sobre o varejo, mesmo se considerando que tais formatos ainda correspondam pela menor parte do sell out brasileiro, e, em especial, do segmento de materiais de construção.

Segundo elaboração do DataMkt Construção, tendo como base números de fontes secundárias fidedignas, estimamos que, aproximadamente, 63,5% do faturamento do varejo de materiais de construção advenha das Lojas de Bairro (pequenas, multicategorias ou especializadas), comumentemente chamadas, também, Lojas de Vizinhança ou de Proximidade.

E se o sell out do segmento foi de, aproximadamente e estimados, R$126,6 bilhões de reais (dado revisto pós publicação), em 2018, as Lojas de Bairro responderam por cerca de R$80,4 bilhões (dado revisto pós publicação), em vendas de materiais de construção.

Certamente, esses lojistas onipresentes não fazem a mínima ideia do que seja Omnichannel.


Para ter noção do que estamos falando, segundo a pesquisa Painel Lojistas de Bairro, realizada no segundo semestre de 2018, com 360 lojistas de bairro multicategorias, divididos, igualmente, em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Pernambuco, apenas 31,9% possuíam sites de suas lojas.

Porém, segundo os cinco anos consecutivos do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção que, de 2014 a 2018, entrevistou 4.086 consumidores que haviam realizado reformas residenciais; em todos esses anos, a Loja de Bairro foi o formato de canal mais utilizado para compras dos materiais que seriam usados nessas mesmas obras, com 63,4%, seguidas pelos Home Centers/Lojas Grandes, com 50,7%, e, pelas Lojas de Tintas, com 35,9%, apenas para ficarmos nos três formatos mais citados.

Frisando sempre que mensuramos apenas a utilização do canal, independentemente dos valores gastos nessas compras, e, ainda, considerando a amostra dos cinco anos, as Lojas de Bairro são mais utilizadas pelos consumidores da classe C, com incidência de 66,7%; seguidos pela classe B, com 58,4%, e, menos utilizadas pela classe A, com 51,4%.

E, mesmo com o já comprovado desenvolvimento da curva de aprendizado do uso dos meios digitais para buscas de informações e compras de materiais de construção, esse tradicional formato onipresente – tem sempre uma pequena loja de materiais de construção perto de você! –, continua, e, muito provavelmente continuará, desempenhando um papel fundamental, com seus sacos de cimento na porta e ferragens espalhadas nos balcões, por uma razão, que torna este segmento único no varejo brasileiro: complementaridade dos formatos de canais.

Estudos qualitativos realizados em 2014/2015 e 2016, com nosso parceiro Ferraz Pesquisa de Mercado, demonstraram, claramente, que há espaço para todos os formatos, atendendo, cada qual, às necessidades momentâneas dos consumidores quando realizando obras residenciais.

Somente a classe A, nesses cinco anos de pesquisa, utilizou, uma média, de 3,4 tipos de canais durante a obra (somente para compra de materiais de construção); a classe B, 2,9 tipos, e, a classe C, 2,6 tipos.

Enfim, proximidade, conveniência… Lojas de Bairro! Diversidade, tendências… Home Centers! Especificidade, tecnicidade… Lojas Especializadas…

Assim como tem sempre uma Loja de Bairro perto de você, também tem sempre um tipo de loja para cada momento de sua obra.

No próximo artigo falaremos de diversidade, tendências, sonhos e Home Centers.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado DataMKt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em entender os novos tempos e contribuir para o crescimento e profissionalização do segmento.