QUEM FAZ, FAZ O QUÊ?

Nos dois artigos anteriores, apresentamos leituras sobre o universo do “Faça você mesmo”, tendo como base o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2018, considerando três perfis de consumidores: os Desbravadores, que realizavam sozinhos a manutenção, reparos, pequenas reformas e melhorias de seus lares, correspondendo a 13,5% do total de entrevistados; os Reticentes, que tentavam fazer sozinhos, mas, quando sentiam dificuldades chamavam outra pessoa ou profissional, com 60,6%; e, por fim, os Alheios, que nem se davam ao trabalho de tentar fazer e já chamavam, imediatamente, outra pessoa ou profissional, com 25,9%.

Bem, quanto a esses últimos, não há muito que fazer e nem pesquisar, pois, ainda não foram convertidos e, muito provavelmente, não o serão.

Porém, quando falamos da maior parte da amostra, os Reticentes, e, desejamos, em fase de conversão, o que, especificamente, eles já fizeram sozinhos, em termos de manutenção, reparos, pequenas reformas e melhorias de seus lares?

Para 67,3%, “pintei os ambientes da casa” foi a atividade mais desenvolvida, seguida por “instalei chuveiros elétricos”, para 56,1%; “troquei tomadas e interruptores”, para 55%;  “apliquei tintas, verniz ou stain em portas e/ou janelas de madeira”, para 54,4%; “instalei acessórios para banheiro, como porta toalhas, porta papel higiênico etc.”, para 48,2%; “montei móveis”, para 48,1%;  “instalei torneiras e misturadores”, para 46%; “preparei paredes antes de pintar”, para 43,1%; “instalei fechaduras”, para 39,1%; e, apenas para ficarmos nos dez itens mais citados, entre vinte apresentados,  “coloquei lustres e luminárias”, para 37,4%.

Entre vários aspectos interessantes, é possível notarmos que, apenas considerando os dados acima, a preparação das paredes para pintura representa 64% do total de entrevistados que pintaram os ambientes de suas casas, podendo significar, então, que, provavelmente, essa pintura pode não ter ficado assim, digamos, perfeita.


De qualquer modo, essas atividades de entrada para os Reticentes, se demonstradas de maneira prazerosa nos meios adequados, podem estimular a cultura de permanentes melhorias no ambiente doméstico, fundamentais para o consumo contínuo de materiais de construção, e não só quando da realização de uma obra ou reforma residencial.

Afinal, na mesma pesquisa, 62,5% dos 900 entrevistados que realizaram obras/reformas residenciais entre setembro de 2017 e agosto de 2018, disseram que pesquisaram técnicas de “Faça você mesmo”, no período de planejamento que antecedeu o seu início.

É muito provável que essas pesquisas, também, dizem respeito a uma busca de informações sobre o uso correto dos materiais de construção por consumidores cientes das dificuldades futuras e da baixa qualificação da mão de obra, mas, certamente, é uma boa oportunidade para apresentar esse uso de maneira convidativa e lúdica, associada ao prazer de ter um lar bonito e aconchegante, em contraponto aos imprevistos e dores de cabeça da obra em si.

Enfim, que momento poderia ser melhor para acolher esses consumidores inseguros, em vias de começar uma obra, para informá-los, apoiá-los, estimulá-los e aculturá-los de que um lar sempre pode ser melhorado?

Basta, para isso, manter o embalo.

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