Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, o comércio de material de construção fechou o primeiro semestre de 2017 com um crescimento no volume de vendas de 4,7%, no comparativo com o acumulado ano primeiro semestre de 2016, melhor desempenho percentual para este período desde 2014, quando havia crescido 2%, no comparativo acumulado ano primeiro semestre com o acumulado ano primeiro semestre de 2013.
Nos anos seguintes, houve uma sucessão de quedas no volume de vendas: -4,7%, no comparativo acumulado ano primeiro semestre de 2015 com o acumulado ano primeiro semestre de 2014, e -13%, no comparativo acumulado ano primeiro semestre de 2016 com acumulado ano primeiro semestre de 2015.
Evidencia-se, assim, uma recuperação nas vendas do setor que no término de 2016 ficou apenas 2,94% acima do volume de vendas do fechamento do ano de 2010.
Em junho passado entregamos os resultados da pesquisa Lojas de Bairro, o que Esperam dos Fornecedores e da Economia, e fechando a série de cinco artigos sobre o tema, neste atual artigo serão comparados estes resultados com o desempenho das vendas de seis grandes estados brasileiros.
Foi comum nas seis capitais pesquisadas, considerando São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Recife e Salvador, os lojistas de bairro apontarem “atendimento por representantes/vendedores simpáticos” conjugado com “atendimento por representantes/vendedores bem preparados tecnicamente”, como os principais atributos para que eles vendessem mais para seus clientes.
Na região Sudeste, representada nesta pesquisa por São Paulo e Rio de Janeiro, em grau de efetividade de iniciativas dos fornecedores para melhorarem suas vendas, foram também citadas as propagandas das marcas na mídia, seguidas por vendas a granel/quantidades menores e incentivos financeiros e prêmios para os vendedores/balconistas.
Na pesquisa do IBGE, o comércio de material de construção do estado de São Paulo fechou o primeiro semestre de 2017 com um crescimento no volume de vendas de 10%, no comparativo com o acumulado ano primeiro semestre de 2016. Se considerarmos o comparativo acumulado nos dois últimos anos dos primeiros semestres de 2017 com 2016, e 2016 com 2015, a queda nas vendas está em 1,9%.
O estado do Rio de Janeiro fechou o primeiro semestre de 2017 com um crescimento no volume de vendas de 11,5%, no comparativo com o acumulado ano primeiro semestre de 2016. Se considerarmos o comparativo acumulado nos dois últimos anos dos primeiros semestres de 2017 com 2016, e 2016 com 2015, a queda nas vendas está em 9,5%.
Não à toa, quando perguntamos sobre a atual situação financeira de suas lojas, os revendedores cariocas foram mais negativos do que os revendedores paulistanos. Aliás, foram os mais negativos de toda a pesquisa.
Na região Sul, representada nesta pesquisa por Porto Alegre e Curitiba, em grau de efetividade de iniciativas dos fornecedores para melhorarem suas vendas, foram também citados treinamento para os vendedores e balconistas, seguido por propagandas das marcas na mídia e vendas a granel/quantidades menores.
Na pesquisa do IBGE, o comércio de material de construção do Rio Grande do Sul fechou o primeiro semestre de 2017 com uma queda no volume de vendas de 0,2%, no comparativo com o acumulado ano primeiro semestre de 2016. Se considerarmos o comparativo acumulado nos dois últimos anos dos primeiros semestres de 2017 com 2016, e 2016 com 2015, a queda nas vendas está em 6,5%.
O Paraná fechou o primeiro semestre de 2017 com um crescimento no volume de vendas de 11,4%, no comparativo com o acumulado ano primeiro semestre de 2016. Se considerarmos o comparativo acumulado nos dois últimos anos dos primeiros semestres de 2017 com 2016, e 2016 com 2015, a queda nas vendas está em 0,9%.
E, por fim, na região Nordeste, representada nesta pesquisa por Recife e Salvador, em grau de efetividade de iniciativas dos fornecedores para melhorarem suas vendas, foram também citados treinamento para os vendedores e balconistas, seguido por promotores dos fornecedores nas lojas e propagandas das marcas na mídia.
Na pesquisa do IBGE, o comércio de material de construção de Pernambuco fechou o primeiro semestre de 2017 com uma queda no volume de vendas de 9,3%, no comparativo com o acumulado ano primeiro semestre de 2016. Se considerarmos o comparativo acumulado nos dois últimos anos dos primeiros semestres de 2017 com 2016, e 2016 com 2015, a queda nas vendas está em 26%.
A Bahia fechou o primeiro semestre de 2017 com um crescimento no volume de vendas de 0,6%, no comparativo com o acumulado ano primeiro semestre de 2016. Se considerarmos o comparativo acumulado nos dois últimos anos dos primeiros semestres de 2017 com 2016, e 2016 com 2015, a queda nas vendas está em 11%.
Como vimos acima, a situação das vendas de materiais de construção dos estados nordestinos, principalmente Pernambuco, é mais negativa do que a situação dos outros estados citados, onde é possível, inclusive, perceber uma recuperação mais nítida nas vendas.
Talvez o desenvolvimento de iniciativas mais adequadas para as características de cada praça possam dar um empurrãozinho para fortalecer e acelerar esta recuperação.
Afinal, finalmente, estamos voltando a crescer.
Nos próximos artigos retomaremos a jornada de compra dos consumidores finais de materiais de construção, realizando leituras de dados do impacto das novas tecnologias e internet na fase de pesquisas e posterior compras dos materiais para as obras residenciais.
O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.