ABRAMAT ESTÁ TRABALHANDO PELO SETOR

ABRAMAT – A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção está intermediando com o governo federal a fim de que o segmento seja o menos impactado possível com a crise economica e social provocada pelo o novo Coronavírus/Covid-19.

Em entrevista exclusiva à revista Revenda Construção, o presidente executivo da entidade, Rodrigo Navarro, explica as ações:

Como o setor está sendo impactado?

Impactos de variadas formas, tanto na produção como escoamento desta. Ainda é cedo para termos números precisos, no entanto já houve impacto na produção em alguns casos devido a férias coletivas, fechamento de unidades, redução de jornada de trabalho, redução de atividades, e cancelamento ou postergação de pedidos. Como o momento do setor era de retomada, devemos aguardar o desenrolar dos fatos, agindo dentro de nossas possibilidades para o mais breve possível iniciarmos o que estamos denominando de “retomada da retomada”.

Há movimento para que as indústrias recebam incentivos por parte do governo por conta da paralisação?

Mantemos uma interlocução ativa com o governo, sugerindo medidas que podem ser adotadas para resguardar nosso setor e também a cadeia econômica como um todo, objetivando preservar caixa e empregos. O governo tem sinalizado diariamente que está preocupado com os desdobramentos econômicos da questão e tem elaborado planos e adotado medidas que visem minimizar os impactos na cadeia produtiva como um todo. Precisaremos trabalhar muito não só no momento da crise, mas também após.

É possível quantificar quantas indústrias e trabalhadores estão parados?

Como a situação muda diariamente, tendo inclusive características distintas de acordo com a região, o estado ou o município de cada unidade fabril, ainda não temos um número de trabalhadores e fábricas paradas que seja exato. Como ambiente de informações já está bastante saturado, acreditamos não ser o momento para projeções, que serão divulgadas oportunamente pela ABRAMAT. O que estamos fazendo nesse sentido é sensibilizar os Governos para o não fechamento obrigatório das atividades de produção e comercialização de materiais de construção, importantes nesse contexto de crise para não instituir a obrigatoriedade de fechamento de lojas de materiais de construção, pois as mesmas vendem equipamentos de proteção individual, ferramentas e materiais para manutenção emergencial, além de materiais para limpeza, higiene e assepsia de residências.

Acredita que o governo vai liberar a abertura de lojas de materiais de construção?

Como dito, estamos pleiteando a produção e comercialização de materiais de construção como uma das atividades essenciais nesse momento. Observamos a situação por dois prismas. Por um lado, as lojas provém material necessário para manutenções emergenciais de residências, condomínios, e outras  edificações, como as de hospitais e postos de saúde. Exemplos tangíveis são panes nas instalações elétricas e hidráulicas por maior utilização nas residências onde as famílias estão permanecendo neste período. Além disso e especialmente importante para o momento que estamos vivendo, lojas de material de construção vendem EPI’s, como luvas, máscaras e óculos de proteção que podem auxiliar no combate e prevenção à COVID-19.

Como está a interlocução da Abramat com o governo federal?

Temos mantido contato constante com as autoridades. Com reuniões virtuais periódicas e extraordinárias, temos acompanhado também o pleito de outras associações e entidades, com demandas que tenham sinergia com as nossas. Mantemos contato especificamente com o gabinete de crise da SEPEC (Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade) e Casa Civil.

 

Índice ABRAMAT

A ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulgou a nova edição da sua pesquisa Índice, elaborada pela FGV com dados do IBGE e CAGED sobre faturamento e emprego na indústria de materiais de construção. Os destaques dessa edição são a retração de -1,0% no faturamento do setor na comparação entre fevereiro e janeiro e a decisão da associação em manter a previsão de crescimento no ano até que sejam computados mais dados sobre os impactos da pandemia do COVID-19 no setor.

O Índice da ABRAMAT também aponta que em fevereiro de 2020 a indústria de materiais de construção faturou 4,3% menos do que no mesmo mês do ano anterior. Esse resultado, contudo, não altera o viés de alta no acumulado dos últimos 12 meses, 0,8% positivo.

O emprego formal da indústria de materiais apresentou alta de 0,6% em janeiro em comparação a dezembro. Com relação a janeiro de 2019, houve crescimento de 0,4% no número de contratações. Mesmo com isso, o acumulado em 12 meses ainda é negativo, em 0,2%.

Para a diretoria da ABRAMAT, a conjuntura apontada pelos dados já é reflexo da instabilidade do cenário econômico atual. “A deflagração da pandemia da COVID-19 tem tido efeitos negativos na economia mundial no Brasil. Além da grande instabilidade nos mercados financeiros há também um temor pelo maior arrefecimento da atividade econômica por conta dos efeitos da pandemia sobre as cadeias globais de valor. Aguardaremos os desdobramentos da situação para avaliar seus reais impactos no setor“, pondera Rodrigo Navarro, presidente executivo da ABRAMAT.