CONSUMO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO NAS COMUNIDADES

O Outdoor Social, meio exclusivo de comunicação criado para as classes populares, acaba de divulgar um estudo sobre o potencial de consumo de 10 comunidades do país no segmento de material de construção. Em 2017, as periferias brasileiras apresentaram potencial de consumo de R$ 152 bilhões em diversos segmentos e no setor de construção o potencial chegou a R$ 7,3 bilhões, equivalente a 4,8% da cesta de produtos dos moradores.

O potencial de consumo foi dividido em duas categorias: reformas de imóveis, que equivale a 34% do total e manutenção do lar referente a 66%. As fontes desse estudo do Outdoor Social é do OnMaps/Geofusion, com base nos dados demográficos e PNAD 2017.

Entre as principais conclusões do estudo estão:

– o material de construção é um dos itens com maior valor na cesta de gastos mensais e supera o que é investido em educação, cerca de 2%, além de higiene e cuidados pessoais, que é em média de 4%;

– As regiões Nordeste e Sudeste são as que concentram o maior potencial de consumo na categoria;

– Os integrantes das classes B e C, moradores de comunidades, respondem, em média, por 75% de todo o potencial de consumo da categoria. Os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pará, Bahia e Minas Gerais são os que apresentam maior concentração de potencial de consumo da categoria, ainda que outros Estados, como Espírito Santo e Santa Catarina, tenham percentual de consumo de material de construção maior em relação ao potencial total das famílias.

Segundo Emília Rabello, sócia fundadora do Outdoor Social, “o setor da construção civil tem dado sinais inquestionáveis de recuperação, por isso esse estudo é de extrema relevância. A partir dos números que levantamos, as empresas passam a conhecer o enorme potencial de consumo das comunidades e periferias brasileiras no segmento de material de construção, um dos mais importantes da economia de um país com as características do Brasil”, afirma.

De acordo com Paulo Moro, responsável pela área de planejamento do Outdoor Social, “ a partir do nosso estudo fica clara a importância que os moradores das comunidades dão na preservação e manutenção do domicílio, com artigos adquiridos para esse fim. Do total de R$ 7,3 Bilhões de potencial de consumo na categoria material de construção, 66% – ou R$ 4,8 Bilhões – se referem à compra de artigos para a manutenção da casa. Já com reformas nos imóveis, principalmente com mão de obra de profissionais como pedreiros, pintores e encanadores, o potencial corresponde a 34%, o que equivale a R$ 2,5 bilhões”, afirma.

No estudo foram analisados os resultados de 10 comunidades: Rocinha e Rio das Pedras (RJ), Heliópolis (SP), Sol Nascente (DF), Baixadas da Estrada Nova Jurunas e Baixadas do Condor (PA), Coroadinho (MA), Cidade de Deus (AM), Santo Antônio/Jardim Teresópolis (MG) e Pirambu (CE).

Renda familiar X gastos com material de construção

O potencial de consumo familiar é composto pela renda de cada indivíduo, além da capacidade de endividamento ou tomada de crédito. O estudo do Outdoor Social revela o potencial de consumo de cada comunidade analisada, além do gasto estimado no segmento de material de construção.

– Na comunidade da Rocinha, o potencial de consumo familiar mensal é de R$ 3.493,60 e o gasto estimado com materiais de construção é R$ 180,60/mês.

– Na comunidade Sol Nascente, o potencial de consumo familiar mensal é de R$ 4.198,60 e o gasto estimado com materiais de construção chega a R$ 223,70/mês.

– Em Rio das Pedras, o consumo familiar tem potencial mensal de R$ 3.638,40 e o gasto médio é R$ 190,40 com materiais de construção no mês.

– Na Baixada da Estrada Nova Jurunas, os moradores possuem R$ 3.527,30 de potencial de consumo familiar mensal e possuem gasto estimado de R$ 172 com materiais de construção/mês.

– Em Coroadinho, R$ 2.822,90 representam o potencial de consumo familiar mensal da comunidade, já o gasto com materiais de construção é R$ 136,10/mês.

– Na Cidade de Deus, o consumo familiar tem potencial mensal de R$ 3.331,10 com gasto estimado de R$157,50 em materiais de construção/mês.

– Em Santo Antônio / Jardim Terezópolis, o potencial de consumo familiar mensal é de R$ 4.324,80 e o gasto estimado com materiais de construção chega a R$ 244,90 no mês.

– Em Heliópolis, R$ 3.926,30 é o potencial de consumo familiar mensal da comunidade e R$ 145,80 representa o gasto estimado com materiais de construção no mês.

– Na Baixadas da Condor, o potencial de consumo familiar mensal chega a R$ 3.632,10 e o potencial mensal de gasto com materiais e construção é de R$178,20.

– Em Pirambu, o potencial de consumo familiar mensal representa R$ 3.055,00 e o gasto com materiais de construção é de R$ 151,50/mês.

Resultados por comunidade:

  • ROCINHA (RJ) –  A comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, tem mais de 70 mil moradores e apresenta potencial de R$ 54 milhões no segmento de material de construção.
  • SOL NASCENTE (DF) – Considerada uma das maiores comunidades da América Latina, a Sol Nascente, em Ceilândia, no Distrito Federal, tem mais de 64 mil habitantes e detém R$ 52 milhões de potencial de consumo no segmento de material de construção.
  • RIO DAS PEDRAS (RJ) – A comunidade localizada na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, tem mais de 56 mil moradores e potencial de consumo de R$ 45 milhões no segmento de material de construção.
  • BAIXADAS DA ESTRADA NOVA JURUNAS (PA) – A comunidade paraense, onde moram mais de 54 mil pessoas tem potencial de consumo de R$ 31 milhões no segmento de material de construção.
  • COROADINHO (MA) – Localizada na região metropolitana de São Luís, em Coroadinho vivem mais de 57 mil habitantes com potencial de consumo de R$ 27 milhões de reais no segmento de material de construção.
  • CIDADE DE DEUS (AM) – A comunidade localizada na zona norte de Manaus tem mais 48 mil moradores.O potencial de consumo no segmento de material de construção é de R$ 26 milhões.
  • SANTO ANTÔNIO / JARDIM TERESÓPOLIS (MG) – Localizado na periferia de Betim, a comunidade possui mais de 25 mil moradores com potencial de consumo de R$ 25 milhões no segmento de material de construção.
  • HELIÓPOLIS (SP) – A comunidade de Heliópolis, zona sul de São Paulo, tem mais de 43 mil habitantes. São R$ 24 milhões estimados em potencial de consumo no segmento de material de construção.
  • BAIXADAS DA CONDOR (PA) – Existem mais de 40 mil habitantes morando na comunidade localizada na capital Belém. O potencial de consumo no segmento de material de construção é de R$ 24 milhões.
  • PIRAMBU (CE) – A comunidade localizadana área litorânea da zona oeste da cidade de Fortalezapossui mais de 45 mil moradores com potencial de consumo de R$ 24 milhões no segmento de material de construção.

Resultados por regiões:

  • COMUNIDADES DO CENTRO OESTE – As comunidades localizadas na região Centro-Oeste do país representam 2,5% do potencial de consumo no segmento de material de construção, sendo R$ 55 milhões em reformas de imóveis e R$ 130 milhões com a manutenção do lar.
  • COMUNIDADES DA REGIÃO NORDESTE – Cerca de 25,7% das comunidades localizadas na região Nordeste do país têm potencial de consumo no segmento de materiais de construção. Em 2017, as comunidades detiveram R$ 647 milhões em potencial de consumo para reformas de imóveis e R$ 1.238 bilhões em manutenção do lar.
  • COMUNIDADES DA REGIÃO NORTE – 16,1% das comunidades da região Norte têm potencial de consumo no segmento de materiais de construção. O potencial de consumo com as reformas de imóveis chegou a R$ 452 milhões com reformas de imóveis e R$ 731 milhões com a manutenção do lar.
  • COMUNIDADES DO SUDESTE – Cerca de 49% das comunidades da região Sudeste possuem potencial de consumo no semento de materiais de construção. As comunidades localizadas nesta região têm potencial de consumo de R$ 1.197 bilhões em reformas de imóveis e R$ 2.400 bilhões com manutenção do lar.
  • COMUNIDADES DO SUL – São 6,7% das comunidades da região Sul com potencial de consumo no segmento de materiais de construção. O potencial de consumo com reformas e imóveis é de R$ 147 milhões e R$ 348 milhões com a manutenção do lar.