COMÉRCIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PRATICAMENTE VOLTA AO FATURAMENTO DE 2010

Antes de darmos sequência aos artigos sobre o desenvolvimento do uso da internet pelos consumidores de materiais de construção, é importante inserirmos alguns dados na atual conjuntura macroeconômica, considerando o fechamento do volume de vendas, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE.

Em 2016, o comércio de materiais de construção (inclui atacado e varejo) encolheu 10,7%, em relação ao ano de 2015, que por sua vez havia encolhido 8,4%, em relação ao ano de 2014, que por sua vez havia estagnado, em relação ao ano de 2013.

Considerando-se, então, a queda acumulada de 18,2% nos últimos três anos e os crescimentos, em relação aos anos anteriores, de 9,1%, em 2011; 7,9%, em 2012; e 6,9%, em 2013; é possível afirmarmos que o ano de 2016 fechou somente 2,94% acima do volume de vendas de materiais de construção do ano de 2010.

Tal desempenho setorial ruim, e da economia como um todo, impactou o faturamento e as operações das empresas do setor, mas, também alterou, profundamente, a maneira como os consumidores passaram a comprar os materiais para reformas residenciais, novas construções e pequenos reparos e manutenção doméstica.

Sob este aspecto, é natural que o uso da internet para busca de informações, comparações técnicas, de preços e de condições de pagamento, e para efetivação das compras, tenham se acelerado, como maneira de minimizar as chances de erros e possibilitar o acesso a condições transacionais mais favoráveis para estes novos consumidores de materiais de construção.

E, se nos artigos anteriores, já pudemos ver alguns importantes pontos destas alterações comportamentais durante a jornada de compras, neste artigo, imaginando os consumidores nas lojas decidindo quais produtos e marcas seriam comprados, nos perguntamos: os dispositivos móveis (smartphones/tablets) estão sendo utilizados para consultas que influenciem escolhas dos produtos, negociações e conversões no ponto de venda?

Em 2015, 37,1% dos 798 entrevistados do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção alegaram não terem utilizado seus smartphones/tablets no ponto de venda, durante as compras de materiais de construção. Em 2016, esse número caiu para 28,3%.

No próximo artigo, partindo do princípio de que houve um significativo crescimento na utilização dos dispositivos móveis no ponto de venda, avaliaremos de que maneira esse hábito tem evoluído e quais os principais impactos para a venda dos produtos.

O fato é que, mesmo considerando a provável e gradual recuperação econômica do setor e geral em 2017, não há possibilidade dos consumidores voltarem a ser como eram antes da crise, incorporando nos próximos anos muitas das práticas aprendidas em 2015 e 2016, biênio que já entrou para a história como o pior da economia brasileira.

Entender e incorporar elementos que aumentem a fluidez nas relações com os novos consumidores de materiais de construção em todos os pontos de contato, pode ser vital para as empresas acompanharem e abstraírem ao máximo os resultados da retomada das vendas no segmento.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas e Votorantim Cimentos, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.