DO IT YOUTUBE

Neste artigo, observaremos de perto uma tendência que poderá alterar significativamente, num futuro bem próximo, o processo de aprendizado anterior a definição da compra dos materiais de construção para as obras residenciais.

Segundo o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2014/2015/2016, 23,5% dos entrevistados alegaram terem utilizado as mídias sociais para pesquisarem e compararem materiais, no período anterior à fase de compra e início efetivo da obra.

Esse percentual unifica sobreposições de respondentes para YouTube, Facebook, Instagram e outras redes, como Twitter e Pinterest, e posiciona, desta maneira, as mídias e redes sociais em quarto lugar entre os meios mais consultados, praticamente com o mesmo percentual dos e-commerces de materiais de construção, o terceiro mais consultado, com 22,8%.

Mas, e se, ao invés de unificarmos num só item, quebrarmos cada um destes meios o que teremos?

O YouTube apareceu em primeiro lugar, com 13,1%; seguido pelo Facebook, com 10,6%; pelo Instagram, com 3,4%, e, por fim, por outras redes sociais, como Twitter e Pinterest, com 3,4%.

Interessante notar que os blogs, fóruns e comunidades na internet sobre decoração, acabamento e construção, entendidos isoladamente, foram acessados por 11,6%, em 2016, uma queda de 27,9%, em relação ao painel de 2015, quando foram consultados por 16,1% do total dos entrevistados.

Apenas por esses dados, podemos inferir uma tendência de migração dos blogs do segmento para outras mídias sociais.

Agora, o dado mais contundente sobre essas “novas mídias” veio de uma quebra a respeito de técnicas de “faça você mesmo”, de um estudo anterior, entregue três meses antes do painel, com 900 consumidores que realizaram uma grande reforma residencial.

Do total de entrevistados que pintaram suas residências, 78,8% alegaram terem pesquisado técnicas de pintura e utilização dos acessórios antes da compra e início da obra, sendo que, deste total, 56,3% alegaram tê-lo feito no YouTube, destacadamente acima do segundo meio mais consultado, os sites dos fabricantes, acessado por 38,7%; e blogs especializados em técnicas de pintura, o quinto mais consultado, por 21,8%.

Ou seja, o meio já aparece para consultas genéricas, conforme dados do painel, e de maneira contundente, quando aprofundamos o comportamento de busca de informações sobre técnicas de uso dos materiais.

A julgar pelo alto nível de pessoas desempregadas, pela queda da renda média das pessoas ocupadas, pelos altos custos da contratação de mão de obra para reparos e reformas domésticas – o que não significa qualificação -, e pelo surgimento de um novo modelo econômico, principalmente por consumidores mais jovens, que valorizam o compartilhamento de experiências, não seria o  YouTube uma plataforma disruptiva para, enfim, alavancarmos o mercado do “faça você mesmo” no Brasil?

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas e Votorantim Cimentos, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.