HÁBITOS DO FAÇA VOCÊ MESMO

É de se esperar que, com a baixa qualificação e altos custos da mão de obra, os consumidores brasileiros, finalmente se rendam, ao “Faça você mesmo”, estimulados, também, pelos festivais promovidos pelos melhores varejistas e parcerias com as indústrias, que, cada vez mais, desenvolvem, ou adaptam, seus produtos para esse segmento de mercado.

Também, contribui para isso, a ascendência das mídias sociais, principalmente o YouTube, como canal de demonstrações de técnicas diversas, o surgimento dos influenciadores digitais no segmento, e, como questão de fundo, o crescimento da nova economia, ou, economia de compartilhamento, ou colaborativa, onde essas atividades além de economizarem recursos financeiros, cada vez mais escassos, podem ser prazerosamente desenvolvidas na companhia de familiares e amigos.

Enfim, certamente não nos tornaremos da noite para o dia europeus, e aderiremos em massa à Bricolage, nem norte-americanos, aderindo ao Do it Yourself, mas, também, não investir nesse promissor nicho pode se tornar um erro estratégico, no sentido de estimular o aculturamento dos consumidores de que os lares não devem ser melhorados somente quando se realizando grandes obras, mas sim, continuamente, introduzindo o hábito de compra recorrente dos materiais de construção.

Dentro das pesquisas do Painel Comportamental, que entrevista, desde 2014, em média, 900 consumidores das classes A/B/C,  que realizaram obras/reformas residenciais no último ano, é nítido o desejo latente dos entrevistados, mesmo após a realização dessas obras, de continuar melhorando seus lares para torná-los  mais agradáveis e acolhedores para a convivência, justamente,  com familiares e amigos.


Apenas para ficarmos no Painel de 2018, 89,5% dos entrevistados disseram que mesmo já tendo reformado a residência, havia a intenção de continuar melhorando-a no período de um ano, para deixá-la mais agradável e acolhedora.

Certamente, esse desejo latente pode se perder no meio do caminho, talvez, muito por conta da falta de estímulos de consumo no setor, enquanto, paralelamente, outros setores, como automobilístico e de eletroeletrônicos, competentemente, os convencem de que trocar o carro ou o smartphone é mais importante do que continuar melhorando o próprio lar.

Nesse ano, no Painel, investigamos de que maneira os entrevistados agem, quando precisam realizar uma manutenção, reparo, pequenas reformas ou melhorias nos lares, e, vemos que, grande parte desses consumidores estão propensos a resolver essas questões por eles mesmos.

Do total de 900 entrevistados, 60,6% disseram que “tentam fazer a maioria das coisas sozinhos (as), mas, se for algo mais complicado/pesado pedem ajuda de outras pessoas/profissionais”. Já, 25,9%, “nem se preocupam em fazer, chamando imediatamente um profissional para resolver o (s) problema (s), mantendo a sua rotina”.

E, por fim, temos aquilo que podemos chamar de precursores do “Faça você mesmo” brasileiro: os 13,5% que disseram “fazer tudo sozinhos (as), mesmo porque já fizeram uma série de reparos e melhorias e sabem que essa é a forma mais fácil e barata de melhorar seus lares”.

Que saibamos atender esses desbravadores, mas, principalmente, saibamos converter cada vez mais os primeiros, e, quem sabe, ampliar a conscientização de que mais importante do que ter um carro novo na garagem é ter um lindo quarto para os filhos.

Nos próximos artigos aprofundaremos esses perfis, por classes sociais, regiões, faixas etárias e principais atividades já desenvolvidas para tornar o lar ainda melhor, entre outros temas.

O sistema de inteligência de mercado DataMkt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo também, para sua profissionalização e desenvolvimento.