OBRA RESIDENCIAL É UMA NOVELA

Em junho de 2016, o DataMKt Construção entregou os resultados do Estudo Oportunidades Estratégicas para Desenvolvimento de Novos Mercados, que entrevistou 900 consumidores que haviam realizado uma obra residencial nos doze meses anteriores.

Desta amostra, 74% nos disseram que realizaram uma grande reforma residencial e 32,1% nos disseram que construíram ou ampliaram seus imóveis, sendo que houve uma intersecção de 6,1%, que fizeram os dois tipos de obras.

Deste total, apenas 15,7%  disseram que a obra, independentemente de ser uma reforma ou construção, teve um andamento contínuo, foi realizada de uma só vez e de que não havia mais nada a ser feito.

Os outros 84,3% alegaram que a obra não foi finalizada, que seria retomada, em capítulos, e especificaram as principais razões para isso.

Vamos, então, a continuidade desse drama.

Obviamente, “falta de dinheiro” foi a razão mais apontada para interrupção da obra, por 61,8% dos entrevistados; seguida por “queda na renda”, por 28,4%; “incertezas em relação a economia”, por 15,5%; e “problemas com mãos de obra”, por 15%; apenas para ficarmos nos quatro principais entraves.

A julgar por estes dados, em relação as três primeiras razões, não há muito o que se fazer, já que estão atreladas a situação econômica pessoal e conjuntural do país. No entanto, considerando as perspectivas de melhora da economia – lembrem que o campo deste estudo foi num momento de transição de poder e auge da crise –, é possível que muitas obras estejam sendo ou comecem a ser retomadas nos próximos meses.

Em relação a quarta razão, problemas com a mão de obra, ações das indústrias e varejistas, preferencialmente de maneira integrada, para qualificação e oferta de profissionais executores, como, por exemplo, pedreiros, pintores, encanadores, eletricistas, azulejistas, entre outros, podem minimizar este entrave e acelerar esta retomada num ambiente macroeconômico menos desfavorável, como várias fontes confiáveis já indicam.

Ainda mais se considerarmos que este problema impactou de maneira incisiva consumidores de classes sociais mais elevadas, sendo 24,1% da classe A; 21,4% da classe B e 11,4% da classe C.

No próximo capítulo abordaremos a intenção de prazos para retomada e tipos de obras futuras, lembrando que o futuro, talvez, seja agora.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.