RECUPERAÇÃO PADRÃO MINHA CASA, MINHA VIDA

Segundo relatório mais recente do SECOVI-SP, referente ao comparativo janeiro de 2018 com janeiro de 2017, as vendas de unidades residenciais novas na Grande São Paulo cresceram 111,3%, passando de 1.070 unidades para 2.261 unidades.

Esse crescimento das vendas, que começou a se tornar realidade, nos comparativos acumulados ano, em outubro de 2017, impactou, diretamente, o lançamento de unidades residenciais novas, que estavam, justamente, aguardando sinalizações de redução desse estoque.

Então, no mesmo relatório, também no comparativo janeiro de 2018 com janeiro de 2017, os lançamentos de unidades residenciais novas na Grande São Paulo crescerem 466,7%, passando de 132 unidades para 748 unidades.

Digno de nota, que somente na cidade de São Paulo, única responsável por esse crescimento, já que não houve lançamentos nas outras 38 cidades da Grande São Paulo, o crescimento foi de 1.338,5%, passando de 52 unidades para as já mencionadas 748 unidades.

Mas, qual o padrão desses imóveis?

Ainda segundo o Secovi-SP, em dados elaborados pelo DataMkt Construção, na Grande São Paulo, 60,8% dos imóveis vendidos e 82,3% dos imóveis lançados, em janeiro de 2018, estavam numa faixa de preço de até R$240.000,00, teto dos valores financiados no Programa Minha Casa, Minha Vida na região.

De qualquer maneira, esses são dados positivos, pois o crescimento das vendas impacta diretamente o comércio de material de construção, já que, habitualmente, esses novos moradores, ao receberem as chaves, realizam reformas, ou, na pior das hipóteses, melhorias pontuais que tornam seus lares mais agradáveis ou funcionais.

E, se, considerarmos que o maior contingente beneficiado pelo programa encaixa-se na classe C, nas faixas 1 e 1,5, com limite de renda familiar mensal de até R$4 mil, em qual tipo de canal deverão comprar esses consumidores?

Segundo o Painel Comportamental do Consumo de Material de Construção 2017, que entrevistou 900 consumidores que realizaram obras residenciais no período de setembro de 2016 a agosto de 2017, 65,3% dos entrevistados da classe C compraram materiais nas Lojas de Bairro (pequenas, médias e multicategorias), contra 45,4% da classe A, apenas para traçarmos um parâmetro comparativo.

Já o segundo canal mais utilizado foi Home Centers/Lojas Grandes, com 40%, contra 64,6% da classe A, e, o terceiro, Depósito de Materiais Básicos (vende somente areia, cimento, pedras, tijolo, telas, arame etc.), com 37%, contra 34,3% da classe A.

De maneira geral, enquanto a classe A combinou 3,6 tipos de canais para comprar materiais de construção durante a obra, a classe C  combinou 2,5 tipos.

Esse é apenas um corte numa das muitas variáveis que influenciam a recuperação das vendas no comércio do segmento, porém, devemos aguardar o desenrolar dos próximos eventos políticos, por ora, pouco colados a economia, mas que, certamente, dependendo dos cenários eleitorais futuro poderão começar a comprometê-la, comprometendo também, por conseguinte, a sustenção dessa recuperação para o ano de 2019.

Aproveitando a proximidade da Copa do Mundo, esperamos, sinceramente, que venha uma recuperação Padrão FIFA.

O sistema de inteligência de mercado DataMkt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo também, para sua profissionalização e desenvolvimento