SOMOS HÁBITOS IMPRESSOS NO TEMPO

A partir dessa semana, voltaremos aos artigos semanais, retomando o hábito de propor reflexões ao segmento, tendo como fonte primária o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção, que, desde 2014, realizou 4.086 entrevistas com diferentes consumidores que haviam reformado suas residências no último ano.

No acompanhamento desse período, foi possível identificar mudanças de hábitos e atitudes, dos tempos pré-crise econômica, seu início, auge e, mais recentemente, tímida recuperação.

Recuperação essa suficiente para devolver, com o crescimento do volume de vendas (real) de 9,2% do comércio de materiais de construção, em 2017, parte da queda no acumulado biênio 2015/2016, de 18,2%, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O fato é que, terminado o ano de 2017, o comércio do setor estava apenas 3,03% acima do volume de vendas de 2011, e, agora, dados dessa semana apontam para o segundo crescimento anual consecutivo, de 3,5%, no comparativo ano de 2018 com 2017.

Que bom… O pior já passou, mas aqui estamos nós, os sobreviventes, tendo de recuperar o tempo perdido!


E tirar o atraso significa, antes, entender qual sociedade emergirá da pior crise econômica da história brasileira, com quedas consecutivas do PIB mais agressivas do que as quedas de 1930 e 1931, posteriores à quebra da Bolsa de Nova Iorque, estimadas, segundo o relatório Estatísticas do Século XX, do próprio IBGE, em -2,1% e -3,3, respectivamente. Em 1932, o Brasil voltaria a crescer admiráveis 4,3%.

Nossa antiga presidenta e sua equipe, com as quedas de 2015 e 2016, em -3,5%, em ambos os anos, conseguiram ser mais nocivas para o país do que a maior crise da história do capitalismo. Em 2017, o Brasil voltaria a crescer vergonhoso 1,1%.

E, naturalmente, assim como as crises nas vidas pessoais transformam a maneira de interagirmos com os outros, as crises socioeconômicas transformam a maneira como os consumidores interagem com os produtos e serviços.

Afinal, a tal da economia de compartilhamento ou colaborativa (os nomes corretos ainda serão dados pela história), somente ganhou força pós-crise internacional de 2008, para a maioria dos analistas, a segunda maior da história do capitalismo, ou terceira, se considerarmos a imbatível Nova Matriz Econômica de Dilma Rousseff.

Porém, sobreviver não é suficiente, é apenas reação. O grande desafio é se reinventar no momento seguinte, ao agir.

E para ações mais assertivas são prementes políticas corporativas e setoriais de inteligência mercadológica, para discutir e entender quem são esses novos consumidores de materiais de construção.

De onde vieram? Onde estão? Para onde, provavelmente, irão?

Por exemplo, o que realmente significam, além das constatações óbvias, e quais os impactos dos dados de que, em 2016, 23,5% dos entrevistados consultaram as mídias sociais para buscar informações dos materiais de construção antes de iniciarem a obra, e, em 2018, 37,8%?

Novos hábitos, novos tempos.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado DataMKt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em entender os novos tempos e contribuir para o crescimento e profissionalização do segmento.