Prosseguindo com a análise da utilização dos canais de vendas durante as obras residenciais, já vimos que, no estudo de 2016, foram as Lojas de Bairro o formato mais utilizado, por 79,1% do total da amostra de 767 entrevistados, divididos em 12 capitais; seguida pelos Home Centers e Lojas Grandes, por 71,2%; e, por fim, objeto deste artigo, as Lojas de Tintas, por 54% dos entrevistados, apenas para ficarmos nos três tipos de lojas mais citadas.
O interessante é notarmos que, segundo o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2014/2015/2016, houve uma significativa queda na realização de pintura durante a reforma, ao passo que houve um crescimento, também significativo, na realização de obras básicas estruturais – representando aquilo que obrigatoriamente tinha de ser feito -, o que indica que muitas das obras iniciadas estão inacabadas.
Em 2015, em relação ao tipo de reforma feita durante a obra, 88% do total dos entrevistados alegaram terem também pintado a residência. Já em 2016, esse número caiu para 75%. Por outro lado, em 2015, em relação ao tipo de reforma feita durante a obra, 30% alegaram terem feito intervenções básicas estruturais. Já em 2016, esse número subiu para 45%.
Podemos, então, deduzir que os consumidores privilegiaram as obras necessárias para a manutenção do lar, deixando para um segundo momento o acabamento, incluindo a pintura.
Mas, nos concentrando em 2016, qual o perfil do comprador das Lojas de Tintas?
Do total da amostra, como vimos, 54% alegaram terem utilizado-as para fazer compras durante a obra, sendo 64,4% da classe A; 56,1% da classe B e 52,3% da classe C. Em relação às regiões do Brasil, a maior preferência de compra neste canal foi no Sudeste, com 57,4% e a menor no Nordeste, com 41,1%.
Apenas por estes dados podemos concluir que as Lojas de Tintas possuem a preferência de consumidores de maior poder aquisitivo e menor penetração na região NE.
De qualquer maneira, independentemente do perfil do comprador e canal de compras utilizado, é esperado que, com a melhora das condições econômicas, os consumidores retomem as obras e o segmento de tintas, em especial, experimente um crescimento significativo, se aproximando dos níveis de 2014, quando, segundo o painel, 91,7% dos entrevistados que realizaram uma grande reforma residencial pintaram suas residências.
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